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quinta-feira, 14 de julho de 2016

ASSUNTOS ESPIRITUAIS DIFÍCEIS DE EXPLICAR





CONVERSANDO SOBRE 

TEMAS ESPIRITUAIS 

DIFÍCEIS DE EXPLICAR





1) Haverá um ponto de chegada na escala evolucionária humana? Quando o ser humano cruza este ponto de chegada, o que acontece com o seu espírito? Haverá também um ponto de partida na evolução espiritual do ser humano? Quando os primeiros seres humanos surgiram estavam todos na mesma escala evolucionária?

Considere o seguinte: Eternidade não tem começo ou fim. É um conceito não-linear e atemporal. Se você pensa para frente só verá o infinito sem fim. Se observa para trás, também verá o infinito sem fim. Ou seja, conceitos de início ou fim de alguma coisa, em se tratando de evolução, são meras referências sensoriais. São ilusões baseadas nos sentidos. É óbvio que a evolução não tem fim. Sendo o espírito imortal, sua evolução é contínua. Mas, não dá para falar disso usando nossa referência espaço/temporal convencional. É como tentar definir as seguintes coisas, que escapam a um raciocínio intelectual: amor, Deus, evolução, infinito, intuição e vida.



Você acha que dá para explicar intelectualmente essas coisas?

Certa vez, um discípulo perguntou a seu mestre taoísta:

- Senhor, qual é o objetivo da vida?

O mestre sorriu e disse-lhe:

- O objetivo da vida é descobrir qual é o objetivo da vida! E só vivendo é que se decifra esse mistério de viver!

Resumindo: não se preocupe em encontrar explicações sobre a gênese disso ou daquilo, ou sobre o futuro evolutivo, que certamente virá ao longo da eternidade. Preocupe-se com o momento presente, pura causa, pois o futuro será seu efeito inexorável. E o passado, antiga causa, já foi, deixando seu efeito, que é o presente.

Esteja presente!

* * *

2) Existe um mundo material. E espiritual, só há um também? Ou vários? Há mais de um mundo superior? E mundos inferiores dos quais a Eubiose fala, o que são?


O plano espiritual é subdividido em várias subdimensões, chamadas esotericamente de planos e subplanos. Genericamente, podemos dizer que há o plano astral denso (umbral, inferno, planos inferiores), o plano médio e o sutil, elevado, rarefeito, quintessenciado, pura luz. Cada uma dessas divisões contém várias vibrações e panoramas extrafísicos diversos, de acordo com as freqüências dimensionais correspondentes.

Sugiro a você que leia os seguintes livros sobre esse tema:

"A Vida Nos Mundos Invisíveis"; Anthony Borgia; Ed. Pensamento.
"A Vida Além da Sepultura"; Ramatís/Hercílio Maes; Ed. do Conhecimento.
"Testemunho de Luz"; Helen Greaves; Ed. Pensamento.
"Voltar do Amanhã"; George G. Ritchie; Ed. Nórdica. 

* * *

3) Espíritos de animais reencarnam? Seres humanos podem reencarnar em animais?


Os animais também reencarnam e evoluem dentro de seu ciclo de evolução. Ou você acha que eles serão animais eternamente, sem chance de um progresso e ascensão?

É impossível um ser humano reencarnar numa forma de vida inferior ao seu estágio evolutivo. Muito embora, seitas orientais antiquadas preconizem essa possibilidade como uma espécie de punição. Mas, não passa de um mito antigo, fruto da ignorância espiritual.


* * *

4) A nossa personalidade é a mesma em cada encarnação ou ela muda?


A individualidade nunca muda, mas a personalidade pode ser afetada pelo novo meio ambiente e apresentar algumas características diferentes. Porém, ao longo da vida a essência real se apresenta, denotando o verdadeiro caráter daquela entidade.


* * *

5) O que são os elementais?


Os elementais são os espíritos da natureza. Não são espíritos humanos desencarnados. Considere-os como uma espécie de animais extrafísicos, diferentes dos animais desencarnados aqui da Terra.

Leia sobre esse assunto os seguintes livros:

"O Reino dos Deuses"; Geoffrey Hodgson; Ed. Pensamento.
"O Lado Oculto das Coisas"; C. W. Leadbeater; Ed. Pensamento.
"A Viagem de Uma Alma"; Peter Richelieu; Ed. Pensamento. 


* * *

6) O que são demônios? O que é o Diabo? E o inferno?


Inferno é o plano astral denso, inferior. Diabo é uma antiga distorção religiosa significando os espíritos trevosos. Em seu original, do grego, significa "aquele que separa". Se você espera encontrar aquela clássica figura diabólica, com um tridente na mão ao lado de uma caldeira infernal, esqueça! Isso é puro mito. Muito embora, alguns espíritos perversos possam plasmar uma aparência assim para atemorizar os incautos que se deixam levar por suas enganações e tentações. E há, também, aquelas pessoas que após a morte, devido à autoculpas variadas e condicionamentos religiosos repressores e atemorizantes, plasmam inconscientemente formas-pensamento demoníacas e ambientes extrafísicos infernais deturpados por suas percepções distorcidas.


* * *


7) O nosso livre-arbítrio é total? O que o condiciona?


Nosso livre arbítrio não é absoluto, é relativo. Por exemplo, tente trocar de corpo, ou de planeta, ou tente deixar de ser imortal (nem o suicida consegue morrer, só perde o corpo). Você não conseguirá. Sabe por que? Porque estamos submetidos a ciclos evolutivos correspondentes à nossa necessidade de aprimoramento e crescimento consciencial. Há leis maiores interagindo com nossas vidas, num sentido coletivo. Contudo, num sentido individual, somos responsáveis por nossos atos e escolhas relativas nesse mundo onde vivemos.

Vamos a um exemplo explicativo:

- Imagine que a Terra é um rio e que seu corpo é um barco navegando nesse rio. Você não pode trocar de barco e nem de rio no momento. Mas, a maneira como você navega é por sua conta e risco. Poderá bater nos outros barcos, afundar as embarcações alheias, afogar pessoas ao longo do curso do rio ou salvá-las de afogamento. Você poderá navegar rápido ou devagar. Poderá usar os remos ou não. Poderá conduzir o timão à sua maneira.

Resumindo: O rio e o barco foram impostos a você pela Natureza, mas a maneira como você navega na vida é por seu livre arbítrio.

Outro exemplo: O universo é uma escola. A Terra é uma de suas salas de aula para uma determinada série de aprendizados. O corpo é o uniforme. E uma vida corresponde a uma série. Ao longo do ano-vida letivo, na categoria de aluno, você será submetido a uma série de provas e testes valendo notas. O currículo daquela série e as provas correspondentes serão impostos a você pelos mestres da raça-turma. Não serão de sua escolha pessoal. Mas, a maneira como você viverá esse ano-vida letivo e como você se sairá em relação a sala-planeta, as provas-experiências e os relacionamentos com seus colegas de raça-turma serão de seu exclusivo livre-arbítrio. Você poderá ser um péssimo ou ótimo aluno. Poderá quebrar a carteira escolar, rasgar o caderno, ser inimigo dos professores, matar aulas importantes, não gostar de estudar e bater nos alunos do lado. Ou, poderá ser um aluno brilhante, amigo dos outros alunos e preservador das condições sadias da sala-planeta.

A vida foi imposta a você, não é livre-arbítrio, é obrigatória! Mas, como você leva a vida, é por sua conta! Atos cósmicos são de competência da natureza. Atos pessoais são de competência humana.

Lembrei-me de um detalhe a mais: O suicida é alguém que não completa o ano-vida letivo. Ou seja, ele não chega a dezembro para as provas finais, pois ele saiu da sala-planeta em agosto e não completou seu ciclo de aprendizado. Dessa forma, como poderá evoluir, se fugiu do lugar onde a experiência de viver é que ensina?

* * *



Pelo menos, as respostas que estou colocando aqui não são dogmas e nem estão atrelados a nenhuma doutrina em particular. São apenas respostas de um sujeito espiritualista da cabeça aos pés, físicos e extrafísicos, extraídas das vivências espirituais de muitos anos de estrada nessa área.

Quem responderá essas questões para nós todos, com toda propriedade, é a vida, eterna professora de nossas consciências.

Paz e luz para você!

- Wagner D. Borges -
(Resposta do prof. Wagner Borges a um e-mail que recebemos)

quarta-feira, 13 de julho de 2016

TRISTEZA OU DEPRESSÃO ??



Quando termina a tristeza 

e começa a depressão?










Quantas (e repetidas) vezes na vida se falou – e se ouviu – o mandatório “não fica assim, não”?
“Assim.”
Assim como? Triste, recolhido(a), solitário(a), apático(a), sem energia, sem perspectiva?
Entre uma recomendação e outra, o “assim” tem se tornado uma sensação intransigente nas nossas vidas: melhor que o “assim” não invada nossa rotina e os dias de quem amamos. Que fique bem longe, que deixe de nos mostrar nossas limitações, que pare de impedir nossa produtividade.
De um lado, temos estatísticas e um urgente problema de saúde pública: em 2015, adepressão afetou mais de 350 milhões de pessoas, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Só no Brasil, foram cinco milhões de pessoas.
De outro lado, dúvidas, muitas dúvidas: quando o “assim” diz respeito a umatristeza e quando devemos suspeitar de depressão? E se o “assim” se torna uma condição mais duradoura do que se imaginava ou se gostaria?
Entre números tão expressivos e o estigma sobre o assunto, fica evidente que a depressão precisa ser pensada com delicadeza e seriedade, muito além de dados estatísticos. Relatórios numéricos, quantidade de diagnósticos e recenseamento da saúde mental nos dizem pouco (ou quase nada) sobre a realidade difícil e particular de cada pessoa que lida com a chamada “doença da alma”.
Pensar a depressão acaba levantando dois questionamentos importantes: (1) quando termina a tristeza e começa um processo depressivo, e (2) o quanto a tristeza é desencorajada em nossa sociedade.


Tristeza ou depressão?
A associação entre tristeza e depressão costuma ser tão imediata que vez ou outra o senso comum afirma. Basta ver alguém mais recolhido para se comentar: “Ele(a) está deprê”.
Em um estado depressivo, estamos falando, quase sempre, das consequências de uma perda, não importa de qual natureza – seja de uma pessoa querida (morte ou separação), de um emprego, de um sonho que se mostra impossível ou de um projeto que se mostra inviável, explica a psicanalista Tatiana Monreal Cano, doutora em Psicologia Clínica pela USP e mestre em Filosofia pela Unicamp.
Nesses casos, o sujeito fica em uma situação na qual nada parece fazer sentido e a possibilidade de elaboração fica bastante comprometida.
Segundo Cano, elaborar a perda é dar um sentido a ela. É o equivalente a encarar um processo de luto, ou seja, poder dizer adeus àquilo que se perdeu e voltar a investir em outra pessoa, projeto ou sonho; em suma, promover novos laços. A dificuldade em elaborar esse luto, de se desvincular dessa perda, é o pano de fundo de um processo depressivo.
“Muitas vezes, o indivíduo que está sofrendo acaba se identificando com a pessoa ou a situação perdida, e passa a se recriminar de um modo muito severo quando, na verdade, essas recriminações e acusações deveriam ser dirigidas para quem ou ao que foi perdido. Do ponto de vista psíquico, é como se parte do sujeito passasse a ocupar o lugar daquele que se foi e a outra parte o acusasse ferozmente por tê-lo deixado.”
Por outro lado, sofrer uma perda não significa, necessariamente, que a pessoa vá passar por uma depressão. A dimensão do sofrimento gerado pelo que se perdeu é o que vai separar uma tristeza de um processo depressivo. Neste último caso, a questão é que nem sempre a pessoa é consciente daquilo que realmente foi perdido e de como isso a afetou nas suas profundezas, pondera a psicanalista.
No processo de luto diante da morte de alguém querido, por exemplo, “é esperado que a pessoa passe por um período de recolhimento, tristeza e reflexão, no qual vários processos internos ocorrem para enfrentar a dor gerada pela perda da pessoa amada”, esclarece Cano.
“Mas se esse período se estender por muito tempo, é provável que estamos diante de um luto impossível de ser elaborado. É o momento em que se instala um outro processo, chamado de melancólico ou depressivo.”
A dificuldade em superar uma perda está relacionada à própria história de cada um, principalmente pela maneira como os pais lhe ajudaram a lidar com as perdas e as frustrações, sempre inevitáveis, em suas vidas.
Por isso, Cano insiste que, mais importante que dar tudo aos filhos, é ajudá-los a criar condições para poder superar o sofrimento frente ao que não se pode ter, encontrando e criando substitutos. “Por exemplo, ao invés de comprar um brinquedo novo, por que não construir um com os materiais que já se tem em casa?”, sugere.
De acordo com a psicanalista, a diferença de uma pessoa para a outra é como ela vai lidar com todas essas infelicidades, perdas e frustrações.
Nesse sentido, a criatividade é de extrema importância, pois é por meio dela que o sujeito pode encontrar saídas alternativas:
“A capacidade de encontrar e de criar novas soluções é um sinal de saúde psíquica. Do contrário, tem-se a paralisia, ou seja, a dificuldade de enxergar outras vias possíveis de realização.”
De qualquer maneira, Cano ressalta que dimensionar a tristeza é uma questão bastante complexa, principalmente porque cada pessoa tem sua experiência particular da perda, sua capacidade de suportá-la e sua maneira de significá-la no contexto das suas vidas. E, embora a tristeza seja um afeto inerente a todo ser humano, existem momentos em que ela pode se tornar insuportável.
“A partir do momento em que a vida cotidiana passa a ser um peso para a pessoa, ou seja, quando tarefas básicas como o levantar da cama e o preparar o café da manhã passam a ser um fardo, existe aí um sinal de alerta a que é preciso estar atento.”
Em momentos de muita tristeza e de dor muito profunda, o sujeito sente que a própria vida perdeu o sentido; daí a necessidade de descobrir novos sentidos.
“Esse trabalho é o que cada um precisa fazer individualmente; se for o caso, com a ajuda de um profissional, em uma sessão analítica, onde a mente é estimulada a reencontrar o sentido perdido”, afirma a psicanalista.
Buscar ajuda, portanto, pode ser o caminho para lidar com o sofrimento — sobretudo quando ele paralisa, em vez de ser um estímulo para a mudança e possíveis reavaliações.
É importante que essa ajuda venha de um profissional capacitado pois, apesar de os pais, amigos(as) e companheiros(as) se colocarem à disposição, nem sempre eles saberão como lidar com a situação. Além disso, nem sempre aquilo que pôde ter sido bom para uns pode ser para outros. Segundo Cano, a escuta neutra e imparcial do analista é a mais indicada nestes momentos de angústia:
“Mas é bom deixar claro que uma análise ou uma terapia não vão dar uma solução milagrosa, mas sim fornecer as condições para que o próprio paciente encontre seu próprio caminho, o prazer e o sentido perdidos, para que a vida volta a valer a pena ser vivida.”

A tristeza e a solidão também fazem parte da vida
Quanto vamos correr, nos entreter e acumular para que assim não precisemos pensar a respeito do que ocorre em nossas vidas?
Vistos com maus olhos pela mesma sociedade que cobra a euforia e a felicidade ininterruptas, os momentos de tristeza e de solidão, muitas vezes, são importantes para que o sujeito possa reelaborar e ressignificar as perdas que sofreu ao longo da vida, enfatiza Cano.
“O que é a nossa vida senão uma constante reelaboração? Elaboração do que gente vive e também do que já viveu, do que tem e do que não tem. A atribuição de novos sentidos. Quantas vezes a gente olha e pensa ‘nossa, agora eu entendi aquilo que aconteceu comigo’?.”
Segundo Cano, a solidão e a tristeza podem ser vistas como uma convocação para a ressignificação de um passado eventualmente traumático. É também o momento em que se faz necessário olhar para si mesmo e questionar as escolhas feitas, os projetos, a própria vida.
“Nesse sentido, a solidão e o recolhimento podem ser a ocasião para a busca de novos horizontes, sonhos e projetos, pois não é incomum as pessoas viverem projetos que não são próprios. Daí ser justamente a oportunidade de escolher aqueles que expressem o seu desejo.”
Infelizmente, o sofrimento (e aí incluímos a tristeza) não é nem um pouco bem-vindo atualmente, especialmente em uma realidade em que o desempenho e a produtividade estão alinhados à noção de sucesso. É como se cada frustração fosse vivida como uma derrota, e não como acontecimento natural da vida.
“Muitas vezes os indivíduos são intolerantes com eles mesmos. Eles não se permitem passar por momentos de tristeza e vivem como se tivessem que estar sempre bem, postando selfies nas redes sociais, com caras e bocas”, pondera Cano.
Persona non-grata, o sofrimento é uma certeza em nossas vidas, por mais que teimemos em querer reescrever a vida com linhas exclusivamente felizes, eufóricas e blindadas de qualquer tipo de imprevisto.
“Sempre vai haver algum grau de sofrimento. Se a gente parte do princípio de que o ser humano é imperfeito e incompleto e, justamente por isso, está sempre em busca da perfeição e da completude, a satisfação nunca será plena e eterna. Pelo contrário, só será alcançada em momentos fugazes. Isso significa que sempre haverá uma parcela de frustração para ser enfrentada e elaborada.”
Junto a essa fórmula de sucesso baseada no desempenho e que ignora limitações e impotências, a sociedade capitalista ainda aparece com uma tentadora visão de mundo: a ilusão de que nós sempre vamos conseguir tudo.
“Essa enxurrada de produtos para serem consumidos tem um objetivo: criar a ilusão de que a falta não existe. A publicidade, sabendo que o que move o ser humano é o desejo – desejo de ser amado, de ser perfeito ou querido -, cria a ilusão de que, de posse daquele bem de consumo, vai se estar realizado.”
A psicanalista completa:
“Em outras palavras, a sociedade capitalista não só não oferece meios de o sujeito lidar com a falta como, pelo contrário, dá a ilusão de que se ele tiver x, y, z, ele estará completo e feliz. E isso não é verdade."
O problema é que lidar com a incompletude ou com a falta é basicamente um resumo da vida de todos nós.
“Passamos nossa existência em uma constante busca daquilo que não temos em nós mesmos, mas que supomos existir em algum lugar. Acontece que, se por um lado é isso que nos faz sair da cama todos os dias, ou seja, ter a esperança da realização, por outro lado, podemos nos tornar presas dessa armadilha, acreditando que nunca chegamos aonde supomos que devemos chegar. Por isso,mais do que finalmente alcançar, é preciso sempre sonhar e investir; em suma, desejar.”
LEIA MAIS:


FONTE:

brasilpost.com.br

Amanda Mont'Alvão Veloso

Publicado: Atualizado: 

terça-feira, 12 de julho de 2016

A FORÇA DO PENSAMENTO EMAGRECE ?




É possível emagrecer 


com a força do pensamento?







Eric Robinson é um pesquisador da Universidade de Liverpool, na Grã-Bretanha, que tem uma ferramenta surpreendentemente útil para quem quer emagrecer. É algo que todos nós temos, mas talvez não usemos todo o seu potencial: a memória.

Pessoas que entram em uma dieta geralmente sentem que estão travando uma guerra com seus estômagos, mas psicólogos como Robinson acreditam que o apetite é formado na mente tanto quanto na barriga. 
Segundo ele, se você tentar se lembrar da última coisa que comeu, será capaz de emagrecer sem passar fome.
"Muitas pesquisas já indicam que fatores psicológicos sutis podem ter um impacto na quantidade de comida ingerida – mas as pessoas ainda não estão cientes dessa influência", afirma o cientista. Mas, se isso é mesmo verdade, como poderia funcionar?
A inspiração para essa corrente de ideias vem, em parte, de pessoas que sofrem de um problema chamado de amnésia anterógrada. 
Ou seja, que se esquecem de fatos recentemente passados. 
"Você pode passar 20 minutos conversando com alguém com esse problema mas dali a pouco ele não vai ter nenhuma lembrança do diálogo", explica Robinson.



Refeição esquecida

Image copyrightTHINKSTOCK
Image captionTécnicas de visualização e memória ajudariam a diminuir o desejo por comer
O mesmo acontece com o que essas pessoas comem. 
Um dos principais estudos no assunto, realizado na Universidade de Oxford, na Grã-Bretanha, consistiu em pedir para que dois homens com esse tipo de amnésia se servissem de sanduíches e bolo até se saciarem.
As bandejas vazias eram então retiradas e trazidas de volta cheias 15 minutos depois. 
"Enquanto voluntários saudáveis recusaram alegando estarem satisfeitos, os dois homens se serviram novamente porque esqueceram que já tinham comido", conta Glyn Humphreys, que conduziu o estudo.

Em uma segunda parte da experiência, os dois homens eram oferecidos comidas doces e salgadas. Em uma segunda rodada, assim como a maioria das pessoas, eles procuravam um sabor contrastante ao da primeira.

Isso mostra que eles não tinham problema com o processamento sensorial dos alimentos. 
Apenas não conseguiam formar uma memória explícita e consciente da refeição. 
E sem essa memória, eles continuavam sentindo fome, mesmo de estômago cheio.
Seria de se suspeitar que um cérebro saudável é suficientemente esperto para perceber que você comeu. Mas algumas pesquisas recentes mostram que ele pode ser facilmente enganado.

Veja o que ocorreu neste experimento de Jeff Brunstrom, da Universidade de Bristol: ele pediu a um grupo de voluntários para comerem um prato de sopa. 
Mas sem que eles soubessem, Brunstrom havia acoplado um tubo a alguns dos pratos, o que permitia que ele acrescentasse mais sopa sem que os voluntários percebessem. 
Ele notou que mais tarde, ao serem oferecidos um lanche, os voluntários comiam de acordo com o que se lembravam da sopa no início da refeição – se havia muita ou pouca sopa no prato antes de começarem a comer.

Tudo isso enfraquece a percepção comum de que a fome é regida apenas pelos hormônios do aparelho digestivo. 
"Não estou sugerindo que esse tipo de sinal não é importante. Mas é preciso notarmos o papel da cognição", afirma Brunstrom.
Isso poderia facilmente ter um impacto na nossa vida corrida de hoje em dia. 
Os almoços de trabalho viraram lugar-comum, enquanto muita gente assiste TV ou brinca em seu smartphone enquanto se alimenta. 
Todas essas distrações podem afetar a lembrança do que você comeu, podendo induzi-lo a beliscar mais horas depois.


Impulso sensorial

Image copyrightTHINKSTOCK
Image captionPara cientistas, apetite é uma resposta a hormônios digestivos e a impulsos do cérebro
É por isso que os pesquisadores agora estão tentando encontrar maneiras de melhorar a memória sensorial da comida.

Robinson recentemente fez um teste para verificar se uma gravação tocada durante a refeição poderia ajudar um grupo de mulheres obesas a comer com mais atenção. 
O áudio pedia para que elas se concentrassem no aspecto sensorial da comida – seu visual, seu sabor e seu cheiro. 
Um segundo grupo comeu ao som de cantos de pássaros. 
O resultado foi que as primeiras mulheres conseguiram descrever melhor suas refeições e comeram menos na hora do lanche, três horas depois, consumindo 30% menos calorias.
Pode ser que essa abordagem não funcione para todo mundo, mas o cientista tem ideias de técnicas alternativas: ao pedir para as pessoas lembrarem do que comeram durante o dia, elas se sentiam menos incentivadas a comer demais mais tarde.

Usar a imaginação também pode dar certo: 
uma equipe da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, descobriu que visualizar em detalhes uma comida que se deseja muito pode ajudar a enganar a mente e fazê-la "pensar" que de fato comeu aquilo – reduzindo o desejo e a ingestão de calorias.
Robinson agora está desenvolvendo um aplicativo que pretende alertar o usuário a lembrar suas refeições anteriores durante o dia.
Mas, apesar de todos esses esforços, ele destaca que ainda são necessários ensaios clínicos mais abrangentes para provar se esses pequenos truques de memória são realmente eficientes na atual batalha global contra a obesidade.
Ele também reconhece que algumas pessoas podem se entediar com o procedimento, principalmente se tiverem que ouvir uma gravação toda vez que sentarem para comer.
Um aspecto positivo é que o "comer com atenção" não tira dos voluntários o prazer de comer. Ao contrário, eles se surpreendem com os sabores que descobrem.
Se esses truques de memória funcionarem, eles poderiam oferecer algo quase impossível: uma dieta que aumenta o prazer da refeição. Uma solução mais do que palatável para a luta contra a obesidade.


FONTE:

O VALOR DO LUTO


Morrer faz parte da vida: 

11 relatos sobre a 

importância do luto








"Se você não dá conta de escutar como eu me sinto, tudo bem. A gente vai tomar sorvete."


- Depoimento de Mariane, extraído do documentário Vamos Falar Sobre o Luto?

Vamos falar (e ouvir falar) de morte e luto?
A leitura é difícil, sem dúvida. Pode ser insuportável, dependendo do momento em que estejamos na vida. Mas também pode mostrar as belezas deixadas, em nossa memória, por aqueles que foram embora. Fica aqui nosso convite para uma leitura que pode ser feita aos poucos, com a delicadeza e a paciência que estes temas merecem.
Na morte e no luto também cabem a saudade, o companheirismo e a solidariedade.
Se falar de morte fosse fácil, ou agradável, todo happy hour seria no cemitério. Mas não. Ao cemitério reservamos nossas exceções, evitações e dias de dor.
É que dizer adeus a uma pessoa amada dói. É viver um pouquinho da vida que não controlamos e que não conseguimos prever. É uma sensação extremada de tristeza, desconforto e abandono justamente no momento de nossa maior impotência desde que saímos de um ventre quentinho.
É tratar de algo que nos afeta sem possibilidade de distanciamento, justamente porque não temos como escapar. Quantas não são as nossas lembranças, em primeira pessoa, de uma despedida sofrida, um velório, um enterro, uma cremação?
Ser a nossa única certeza na vida não alivia em nada o tabu que existe sobre a morte e sobre a instalação obrigatória dela em nossas realidades, por meio do luto.
É o luto que possibilita que a morte de alguém querido passe a ter outros significados em nossa vida, que não o já esperado desamparo. Aos poucos, ele ressignifica dores e faz com que o fim do túnel ganhe uma lanterninha, uma lâmpada de led ou um holofote.
Viver volta a fazer sentido, explica a psicanalista Raquel Baldo Vidigal:
“O luto é um processo de despedida tanto de quem morreu ou do que se perdeu, mas principalmente de despedida do amor com expectativas e planos que existia em cima daquela pessoa ou história. O luto é necessário e serve para que possamos abrir e perceber o espaço que irá ficar vazio. Sim, isso dói, mas é a partir desta vivência que poderemos em algum momento liberar um novo espaço para a continuidade na vida, para novas propostas de amor e de vida.”
Há aí um parceiro inseparável: o tempo. O problema é que o tabu anda acelerando ou ditando prazos para o luto de uma pessoa. Duas semanas de luto são suficientes, segundo o DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), publicação que orienta o trabalho dos psiquiatras.
“A sociedade se prende a regras e etapas para cumprirmos na vida, como se vivêssemos em uma gincana superando cada fase, e quanto mais rápido, melhor acreditamos estar na corrida da vida. O luto se tornou uma dessas etapas a serem superadas e isso é preocupante. Afinal, como dizer que um filho, ou uma mãe, ou uma esposa devem parar de sofrer seu luto após 10 ou 15 dias?”
Vidigal lembra que a vida não é uma gincana, e a agilidade em passar pelos conflitos ou experiências não garante nenhuma vitória.
“Pelo contrário, poderia pensar que provoca perdas. Perdas tão tamanhas que nem são sentidas ou vividas, pois o sujeito atual está mais preocupado em vencer a si mesmo do que viver a si mesmo.”
Essa sensação da inadequação corresponde à padronização que a sociedade tem esperado dos comportamentos. E a morte, com seu desdém por avisos prévios, simplesmente não se encaixa em nenhum padrão. Por que o mesmo não pode ocorrer com o luto?
“O luto é algo muito particular, é aquela dor e angústia que somente cada um sabe como é a sua. Às vezes é chorada, outras vezes é calada, às vezes é preciso estar com muitas pessoas, outras vezes, ficar sozinho(a).”
Vidigal lembra que o luto não é algo a ser tratado, como uma doença ou uma síndrome. “Estão tentando tratar algo que, na verdade, é simplesmente (mesmo que nem sempre seja simples) um processo comum e necessário de todo ser humano.”
“Há pessoas de luto por mais de anos e isso não significa impedimento de vida. Não precisa ser. Para estar em luto não é preciso abandonar a própria vida. Ela, sim, irá ficar mais lenta, mais pesada, pois estará sendo carregado um peso extra que demanda coragem para em algum momento ser deixado. Mas enquanto a pessoa não prejudica sua vida ou de outras pessoas por esse peso extra, em nada devemos interferir. Cabe a nós apenas estar ao lado e acolher. Talvez até mostrar que quando estiver pronta a pessoa, poderemos ajudar com novas referências de vida. Mas a escolha é dela.”
Falar sobre o luto e sobre a morte da pessoa amada é uma maneira de deixá-la viva na memória e de dissipar a gigantesca massa de dor que, naquele momento, toma conta da existência de quem ficou.
E esse falar não pertence apenas a quem passou recentemente pela perda de alguém: Pertence a todos nós. Pois assim nos preparamos para aceitar uma condição certa em nossas vidas, em vez de tratar a morte como algo a ser negado, combatido ou ignorado.
O falar também pode ajudar a desenvolver a nossa escuta, principalmente uma escuta baseada na empatia, em que nos colocamos no lugar do outro e oferecemos um espaço para alívio e companheirismo. Essa escuta é tão preciosa e essencial para acolhermos amigos e quaisquer outras pessoas que estejam passando por esse difícil percurso!
Vidigal é assertiva quanto ao sofrimento gerado por uma morte:
“Deixem a pessoa chorar e sofrer. Isso não é problema, não é doença e não precisa de cura. Devemos é tomar cuidado com essa proposta atual de não sofrer e de resolver a vida na agilidade. Devemos tomar cuidado, pois poderemos descobrir, no dia de nossa morte, que esquecemos de viver!”
Viver a morte também diz respeito a belezas
Onde há morte e luto há também muita saudade, beleza e esperança. E para mostrar que nossa empatia pode aparecer em inúmeros momentos, apresentamos abaixo 11 relatos que exemplificam a vivência do luto.
O primeiro deles foi concedido pela jornalista Simone Bertuzzi ao HuffPost Brasil. Ela precisou acolher a indescritível tristeza gerada pela morte do ex-namorado, Rodrigo, vítima de um assalto. “Até deitar na cama é difícil, vendo o lugar dele desocupado ao lado.”
Os outros 10 relatos foram extraídos do site Vamos falar sobre o luto?, enviados voluntariamente por quem o viveu.
Criado por sete amigas que passaram pelo luto, o site é um espaço digital de informação, inspiração e conforto para quem perdeu alguém que ama ou para quem deseja ajudar um amigo.
A iniciativa gerou também o documentário Vamos Falar Sobre o Luto, de onde retiramos alguns depoimentos:
Os 11 relatos que trazemos são histórias bonitas, tristes, e com um sentimento em comum: o grande amor que conectava os envolvidos.
Cada trecho retirado do Vamos Falar Sobre o Luto traz o link para o depoimento original, na íntegra.
Vale a pena se aproximar de cada relato. O aprendizado e a possibilidade de empatia são grandes:
“Algumas pessoas enxergam a permissão ao luto como uma fraqueza, apelo por atenção ou até início de depressão. Em alguns casos, algumas pessoas tiveram a intenção de me motivar, mas acabaram me deixando mais magoada, tratando a minha perda e superação como algo mais prático do que realmente é. Com alguns comentários senti que, para algumas pessoas, eu deveria tratar a perda de uma pessoa querida como se tivesse perdido um show, um sapato ou até mesmo um namorado. Isso me magoou muito.
Outra coisa que percebi é que a percepção de tempo é diferente para quem vive o luto e para quem o acompanha indiretamente. Para alguns amigos, quando não completava nem um mês da minha perda, eu já devia estar de volta aos nossos eventos sociais. O fato de não querer sair, celebrar ou conversar sobre outros assuntos significava que estava sendo fraca, me entregando à depressão ou até mesmo negando a prestigiar as amizades. Mas como poderia eu lembrá-los que não estava em depressão ou sendo fraca e sim ainda precisando digerir e ecoar a angústia pela ida de alguém querido, de um amor? Para algumas pessoas, esse tempo já era o suficiente para seguir em frente. Para mim, ainda tinha muita coisa para digerir.”
Simone Bertuzzi sobre a morte do namorado, Rodrigo
"Uma coisa é a dor da perda. Outra coisa é a dor do tabu. É a dor de se sentir inadequado, de não encontrar informação, de achar que você é o único que tá passando por aquilo."
"Você pode transformar uma dor em saudade, porque a saudade é o amor que fica."
"Se você não dá conta de escutar como eu me sinto, tudo bem. A gente vai tomar sorvete."
"Mas você ainda tá sofrendo com isso? Ainda tá falando nisso?"
“Em nenhum momento achei que ela tivesse desaparecido. Aprendi a lidar com a dor enxergando a partida como algo natural, um pedaço da própria existência – a morte significa um novo jeito de existir. Nem sei com que frequência penso nela. Sei lá, todos os dias? Se eu escuto uma música que gostávamos de ouvir juntos, vou pensar em nós, claro, mas de um jeito diferente: ao invés de ‘eu queria que você estivesse aqui para ouvir isso’, penso ‘se você estivesse aqui, iria amar ouvir isso’. Ela aparece para mim das formas mais variadas, nas coisas que eu vejo, nas coisas que eu faço. Quando me perguntam se tenho filhos, sempre respondo: ‘Sim, uma filha. Ela não está mais aqui com a gente’.”
“Por mais que você não queira, o ar entra e sai; o sangue circula, o coração continua batendo; as pálpebras abrem; os pássaros, desaforados, insistem em cantar. Um amigo aparece, uma chefe boa te oferece o emprego de volta (gratidão, Lenita e Dulce), o rosto dos seus filhos te lembram que eles precisam de você, mesmo que você não saiba como ajudá-los, como dizer que tudo vai ficar bem.
Por muito tempo não fica, menti um pouco pra eles, mas não vou mentir pra você. Por muito tempo, talvez pra sempre, você sinta que violentaram a sua alma, que tiraram uma parte sua. Nas minhas divagações, aliás, pensava em barganhar com Deus. Leva uma perna, um braço, deixa o Daniel. Tola eu.
Aceitar a morte é provavelmente a única garantia que temos da vida, e justamente a mais difícil. É dizer o óbvio: não controlamos nada, não existe sempre justiça ou, pelo menos, não conseguimos ver a figura completa. Por que alguém saudável, com três filhos, uma mulher apaixonada, um emprego incrível, tantos amigos, tantos leitores, tanta, tanta vida tem que morrer aos 41 anos?”
“A morte de um filho é uma situação permanente, uma condição que se instala, algo que passa a ser parte do que somos. Da mesma maneira que ninguém deixa de ser pai ou mãe: é condição definitiva, ainda se a língua não nos dá uma palavra para chamá-la, como a viúvos e órfãos (a morte de um filho é ideia tão horrorosa que não queremos sequer nomeá-la?). O filho (e a sua morte) continua a estar presente, acompanha para sempre a vida dos pais. Nesse sentido, não se supera.”
“Dois meses depois da morte do Iel, o Daniel [amigo de Gabriel] organizou um ritual que é icônico entre os surfistas, o de queimar a prancha dos amigos que partiram. O Iel dizia que Maresias era o lugar que ele mais gostava no mundo, então só podia ser lá. Esse luau com a fogueira, a luz das labaredas das pranchas iluminando a areia, o violão dos irmãos e as músicas sob as estrelas me trouxeram a consciência da importância de prosseguir com as celebrações. Não foi um momento triste, foi mágico, porque me trouxe a alegria de saber que o meu filho tinha uma presença forte na terra. Foi ali que entendi que festejar a vida dele era a melhor coisa que poderíamos fazer por ele e por nós: a festa daquele filho amado precisava continuar. A partir daí, passei a entender a força dos rituais.”
“As fichas foram caindo aos poucos. Logo quando ela morreu, a primeira coisa que eu senti foi algo como ‘o mundo não é justo, sou uma criança abandonada’. Mas hoje vejo como ela foi extremamente generosa comigo ao esperar que me sentisse segura antes de seguir o seu caminho. A sensação que eu tenho é como se tivesse havido uma passagem de bastão, entende?! E isso foi um presente. Além disso, ela me deixou tantas lições, mas tantas lições nessa vida, que me inspiram todos os dias. Até o fato dela ter descoberto a doença e morrido logo depois me fez parar pra pensar que a vida é agora e que precisa valer a pena.”
“Eu era como a maioria das pessoas que conheço: olhava a morte de longe e evitava, tanto quanto possível, pensar ou falar sobre essa certeza da vida que eu gostava de acreditar ser remota.
Até o dia da partida do meu pai, quando eu tinha 27 anos e tive que encará-la forçosamente. Tenho que reconhecer que o fiz mais ou menos de frente. Várias cortinas amenizaram – ou disfarçaram – minha dor naquele momento. A preocupação com a minha mãe e a crença de que faz parte do destino dos filhos despedir-se de seus pais. Acomodei meu coração tendo a suave presença do meu pai perto de mim por um tempão, que eu acessava pela intuição, imaginação e pelo coração. Hoje, após mais de 20 anos, ainda penso nele todos os dias.
Segui o fluxo da vida até que um dia tive que viver o contrário: foi o momento em que despedi do meu filho Paulo, quando ele tinha 28 anos, no dia 28 de janeiro de 2012. Aquilo sim rompia qualquer referência que eu pudesse imaginar. Sem ponto de partida ou de chegada, senti minha alma quase suspensa.”
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FONTE:

 |  De Amanda Mont'Alvão Veloso

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