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sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

ATEUS NO BRASIL




A dura vida dos ateus 

em um Brasil cada vez

 mais evangélico







A parábola do taxista e a intolerância. 


Reflexão a partir de uma conversa no trânsito de São Paulo. 


A expansão da fé evangélica está mudando “o homem 

cordial”?


ELIANE BRUM


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O diálogo aconteceu entre uma jornalista e um taxista na última sexta-feira. 
Ela entrou no táxi do ponto do Shopping Villa Lobos, em São Paulo, por volta das 19h30. 
Como estava escuro demais para ler o jornal, como ela sempre faz, puxou conversa com o motorista de táxi, como ela nunca faz. 
Falaram do trânsito (inevitável em São Paulo) que, naquela sexta-feira chuvosa e às vésperas de um feriadão, contra todos os prognósticos, estava bom. 
Depois, outro taxista emparelhou o carro na Pedroso de Moraes para pedir um “Bom Ar” emprestado ao colega, porque tinha carregado um passageiro “com cheiro de jaula”. 
Continuaram, e ela comentou que trabalharia no feriado. Ele perguntou o que ela fazia. “Sou jornalista”, ela disse. E ele: “Eu quero muito melhorar o meu português. Estudei, mas escrevo tudo errado”. Ele era jovem, menos de 30 anos. “O melhor jeito de melhorar o português é lendo”, ela sugeriu. “Eu estou lendo mais agora, já li quatro livros neste ano. Para quem não lia nada...”, ele contou. “O importante é ler o que você gosta”, ela estimulou. “O que eu quero agora é ler a Bíblia”. Foi neste ponto que o diálogo conquistou o direito a seguir com travessões.
 - Você é evangélico? – ela perguntou.
 - Sou! – ele respondeu, animado.
 - De que igreja?
 - Tenho ido na Novidade de Vida. Mas já fui na Bola de Neve.
- Da Novidade de Vida eu nunca tinha ouvido falar, mas já li matérias sobre a Bola de Neve. É bacana a Novidade de Vida?
- Tou gostando muito. A Bola de Neve também é bem legal. De vez em quando eu vou lá.
- Legal.
- De que religião você é?
- Eu não tenho religião. Sou ateia.
- Deus me livre! Vai lá na Bola de Neve.
- Não, eu não sou religiosa. Sou ateia.
- Deus me livre!
- Engraçado isso. Eu respeito a sua escolha, mas você não respeita a minha.
- (riso nervoso).
- Eu sou uma pessoa decente, honesta, trato as pessoas com respeito, trabalho duro e tento fazer a minha parte para o mundo ser um lugar melhor. Por que eu seria pior por não ter uma fé?
- Por que as boas ações não salvam.
- Não?
- Só Jesus salva. Se você não aceitar Jesus, não será salva.
- Mas eu não quero ser salva.
- Deus me livre!
- Eu não acredito em salvação. Acredito em viver cada dia da melhor forma possível.
- Acho que você é espírita.
- Não, já disse a você. Sou ateia.
- É que Jesus não te pegou ainda. Mas ele vai pegar.
- Olha, sinceramente, acho difícil que Jesus vá me pegar. Mas sabe o que eu acho curioso? Que eu não queira tirar a sua fé, mas você queira tirar a minha não fé. Eu não acho que você seja pior do que eu por ser evangélico, mas você parece achar que é melhor do que eu porque é evangélico. Não era Jesus que pregava a tolerância?
- É, talvez seja melhor a gente mudar de assunto...

O taxista estava confuso. 
A passageira era ateia, mas parecia do bem. 
Era tranquila, doce e divertida. 
Mas ele fora doutrinado para acreditar que um ateu é uma espécie de Satanás. 
Como resolver esse impasse?
 (Talvez ele tenha lembrado, naquele momento, que o pastor avisara que o diabo assumia formas muito sedutoras para roubar a alma dos crentes. Mas, como não dá para ler pensamentos, só é possível afirmar que o taxista parecia viver um embate interno: ele não conseguia se convencer de que a mulher que agora falava sobre o cartão do banco que tinha perdido era a personificação do mal.)
Chegaram ao destino depois de mais algumas conversas corriqueiras. Ao se despedir, ela agradeceu a corrida e desejou a ele um bom fim de semana e uma boa noite. Ele retribuiu. E então, não conseguiu conter-se:
- Veja se aparece lá na igreja! – gritou, quando ela abria a porta.
- Veja se vira ateu! – ela retribuiu, bem humorada, antes de fechá-la.
Ainda deu tempo de ouvir uma risada nervosa.  
A parábola do taxista me faz pensar em como a vida dos ateus poderá ser dura num Brasil cada vez mais evangélico – ou cada vez mais neopentecostal, já que é esta a característica das igrejas evangélicas que mais crescem. 
O catolicismo – no mundo contemporâneo, bem sublinhado – mantém uma relação de tolerância com o ateísmo. Por várias razões. 
Entre elas, a de que é possível ser católico – e não praticante. 
O fato de você não frequentar a igreja nem pagar o dízimo não chama maior atenção no Brasil católico nem condena ninguém ao inferno. Outra razão importante é que o catolicismo está disseminado na cultura, entrelaçado a uma forma de ver o mundo que influencia inclusive os ateus. Ser ateu num país de maioria católica nunca ameaçou a convivência entre os vizinhos. Ou entre taxistas e passageiros.
Já com os evangélicos neopentecostais, caso das inúmeras igrejas que se multiplicam com nomes cada vez mais imaginativos pelas esquinas das grandes e das pequenas cidades, pelos sertões e pela floresta amazônica, o caso é diferente. 
E não faço aqui nenhum juízo de valor sobre a fé católica ou a dos neopentecostais. 
Cada um tem o direito de professar a fé que quiser – assim como a sua não fé. Meu interesse é tentar compreender como essa porção cada vez mais numerosa do país está mudando o modo de ver o mundo e o modo de se relacionar com a cultura. Está mudando a forma de ser brasileiro.

Por que os ateus são uma ameaça 
às novas denominações evangélicas? 

Porque as neopentecostais – e não falo aqui nenhuma novidade – são constituídas no modo capitalista. 
Regidas, portanto, pelas leis de mercado. 
Por isso, nessas novas igrejas, não há como ser um evangélico não praticante. 
É possível, como o taxista exemplifica muito bem, pular de uma para outra, como um consumidor diante de vitrines que tentam seduzi-lo a entrar na loja pelo brilho de suas ofertas. 
Essa dificuldade de “fidelizar um fiel”, ao gerir a igreja como um modelo de negócio, obriga as neopentecostais a uma disputa de mercado cada vez mais agressiva e também a buscar fatias ainda inexploradas. 
É preciso que os fiéis estejam dentro das igrejas – e elas estão sempre de portas abertas – para consumir um dos muitos produtos milagrosos ou para serem consumidos por doações em dinheiro ou em espécie. O templo é um shopping da fé, com as vantagens e as desvantagens que isso implica.
É também por essa razão que a Igreja Católica, que em períodos de sua longa história atraiu fiéis com ossos de santos e passes para o céu, vive hoje o dilema de ser ameaçada pela vulgaridade das relações capitalistas numa fé de mercado. 
Dilema que procura resolver de uma maneira bastante inteligente, ao manter a salvo a tradição que tem lhe garantido poder e influência há dois mil anos, mas ao mesmo tempo estimular sua versão de mercado, encarnada pelos carismáticos. 
Como uma espécie de vanguarda, que contém o avanço das tropas “inimigas” lá na frente sem comprometer a integridade do exército que se mantém mais atrás, padres pop star como Marcelo Rossi e movimentos como a Canção Nova têm sido estratégicos para reduzir a sangria de fiéis para as neopentecostais. Não fosse esse tipo de abordagem mais agressiva e possivelmente já existiria uma porção ainda maior de evangélicos no país.
Tudo indica que a parábola do taxista se tornará cada vez mais frequente nas ruas do Brasil – em novas e ferozes versões. Afinal, não há nada mais ameaçador para o mercado do que quem está fora do mercado por convicção. E quem está fora do mercado da fé? Os ateus. É possível convencer um católico, um espírita ou um umbandista a mudar de religião. Mas é bem mais difícil – quando não impossível – converter um ateu. Para quem não acredita na existência de Deus, qualquer produto religioso, seja ele material, como um travesseiro que cura doenças, ou subjetivo, como o conforto da vida eterna, não tem qualquer apelo. Seria como vender gelo para um esquimó.
Tenho muitos amigos ateus. E eles me contam que têm evitado se apresentar dessa maneira porque a reação é cada vez mais hostil. Por enquanto, a reação é como a do taxista: “Deus me livre!”. Mas percebem que o cerco se aperta e, a qualquer momento, temem que alguém possa empunhar um punhado de dentes de alho diante deles ou iniciar um exorcismo ali mesmo, no sinal fechado ou na padaria da esquina. Acuados, têm preferido declarar-se “agnósticos”. Com sorte, parte dos crentes pode ficar em dúvida e pensar que é alguma igreja nova.
Já conhecia a “Bola de Neve” (ou “Bola de Neve Church, para os íntimos”, como diz o seu site), mas nunca tinha ouvido falar da “Novidade de Vida”. Busquei o site da igreja na internet. Na página de abertura, me deparei com uma preleção intitulada: “O perigo da tolerância”. O texto fala sobre as famílias, afirma que Deus não é tolerante e incita os fiéis a não tolerar o que não venha de Deus. Tolerar “coisas erradas” é o mesmo que “criar demônios de estimação”. Entre as muitas frases exemplares, uma se destaca: “Hoje em dia, o mal da sociedade tem sido a Tolerância (em negrito e em maiúscula)”. Deus me livre!, um ateu talvez tenha vontade de dizer. Mas nem esse conforto lhe resta.
Ainda que o crescimento evangélico no Brasil venha sendo investigado tanto pela academia como pelo jornalismo, é pouco para a profundidade das mudanças que tem trazido à vida cotidiana do país. As transformações no modo de ser brasileiro talvez sejam maiores do que possa parecer à primeira vista. Talvez estejam alterando o “homem cordial” – não no sentido estrito conferido por Sérgio Buarque de Holanda, mas no sentido atribuído pelo senso comum.
Me arriscaria a dizer que a liberdade de credo – e, portanto, também de não credo – determinada pela Constituição está sendo solapada na prática do dia a dia. Não deixa de ser curioso que, no século XXI, ser ateu volte a ter um conteúdo revolucionário. Mas, depois que Sarah Sheeva, uma das filhas de Pepeu Gomes e Baby do Brasil, passou a pastorear mulheres virgens – ou com vontade de voltar a ser – em busca de príncipes encantados, na “Igreja Celular Internacional”, nada mais me surpreende.
Se Deus existe, que nos livre de sermos obrigados a acreditar nele. 
Eliane Brum, jornalista, escritora e documentarista (Foto: ÉPOCA)ELIANE BRUMJornalista, escritora e
documentarista. Ganhou mais
de 40 prêmios nacionais e
internacionais de reportagem.
É autora de um romance -
Uma Duas (LeYa) - e de três
livros de reportagem: Coluna
Prestes – O Avesso da Lenda
(Artes e Ofícios), A Vida Que
Ninguém Vê
 (Arquipélago
Editorial, Prêmio Jabuti 2007)
e O Olho da Rua (Globo).
E codiretora de dois
documentários: Uma História
Severina e Gretchen Filme
Estrada.
elianebrum@uol.com.br
@brumelianebrum 

FONTE:

REVISTA EPOCA



quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

PLANTA SENTE DOR ?




Planta sente dor? 

Vegetais não têm 

sistema nervoso central



pergunta da leitora Rebeca, São Paulo, SP
Não. Até hoje, nenhum estudo científico conseguiu provar isso.
Plantas são inteligentes, agem e reagem, possuem memória e se comunicam, mas não existem evidências morfológicas que possam comprovar a existência de dor.
É que, para sentir dor, é preciso possuir um sistema nervoso, que, por sua vez, só pode existir com a presença de um cérebro, o que não é o caso das plantas.
pepperoni
Pimentões são amigos, não comida!
"Não há nada semelhante a um sistema nervoso central ou neurônios em plantas", diz o biólogo Marco Tiné, pesquisador do Instituto de Botânica de São Paulo.
Mas um estudo alemão mostrou que quando uma folha ou caule é arrancado, um gás é liberado, o que seria o equivalente a um grito de dor vegetal.
Esse gás emite um som, imperceptível ao ouvido humano, que fica mais intenso à medida que a planta é submetida a mais situações de estresse.
FONTES Sites Collective Evolution e Instituto de Física Aplicada da Universidade de Bonn (Alemanha)

Publicado: Atualizado: 

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

CONFUSÃO JURIDICA PREJUDICA FAMILIAS DE MARIANA/MG




Tragédia de Mariana (MG): 

'Bagunça jurídica' ameaça 

indenizações às 

famílias atingidas



MARIANA


Samarco já é alvo de ações que ultrapassam R$ 20,5 bilhões – mas excesso de processos pode fazer com que o dinheiro nunca chegue às vítimas
Responsável pela barragem de rejeitos de minério que se rompeu na cidade deMariana (MG), devastando distritos e rios da região, a mineradora Samarco é agora alvo de ações que ultrapassam os R$ 20,5 bilhões. Os processos visam garantir a indenização às famílias afetadas e recuperar as cidades e ecossistemas atingidos. Mas essa enxurrada de ações pode justamente ter o efeito contrário ao pretendido.
Especialistas ouvidos pelo site de VEJA alertam para o fato de que a "bagunça processual" resultante da quantidade de pleitos contra a Samarco pode fazer com que o dinheiro nunca chegue às famílias.
Uma situação ilustra o caso: em 11 de novembro o juiz Frederico Esteves Duarte Gonçalves, da Comarca de Mariana, determinou o bloqueio de R$ 300 milhões das contas da Samarco. A empresa recorreu, alegando que já havia assinado um termo com o Ministério Público do Estado de Minas Gerais no qual se comprometia a desembolsar R$ 1 bilhão, mas o juiz não acatou ao pedido. Como a quantia pretendida não foi encontrada, o juiz bloqueou as dez contas que a empresa mantém no Brasil - e afirmou que a Samarco age como um 'botequim de esquina'.
A mineradora, por fim, resolveu depositar R$ 500 milhões em duas contas no dia 30 de novembro e todo esse montante acabou bloqueado. O magistrado teve, então, de autorizar a empresa a movimentar R$ 208 milhões para pagar o salário dos funcionários.
Enquanto isso, as famílias de Bento Rodrigues, distrito totalmente destruído pela lama, só receberam o primeiro auxílio financeiro na última terça-feira, quase um mês depois do incidente. E não se trata de indenização, apenas de uma ajuda de custo - um salário mínimo por família, mais 20% do mínimo por dependente e uma cesta básica.
Além disso, mesmo com os R$ 300 milhões bloqueados, 241 famílias de Bento continuam abrigadas em hotéis, sem saber o que será do futuro. Cinquenta e três foram alocadas em casas alugadas pela Samarco. "A profusão de ações deflagra uma situação de insegurança jurídica. Do jeito que está, a empresa vai declarar insolvência e, no fim, não vai pagar nada", afirma o presidente da comissão de Direito Ambiental da OAB-MG, Mario Werneck, que tem acompanhado de perto o drama dos desabrigados em Mariana.
"Abrir ação é fácil, mas será que todas elas terão êxito?", questiona. Werneck conta que presenciou "diversos advogados distribuindo cartões para a população de Mariana" e que centenas de ações devem ser protocoladas nas próximas semanas por empresas, fazendeiros e sindicatos. "Ouvi isso de vários advogados", disse.
Um termo de ajustamento de conduta (TAC) deve ser apresentado no dia 9 de dezembro pela Promotoria de Mariana à mineradora para acertar os valores da ação indenizatória, segundo o promotor da cidade, Guilherme de Sá Meneghin. "Os R$ 300 milhões foram pegos como garantia", diz. O procedimento para se chegar à quantia total de ressarcimento não é um caminho simples. Em termos práticos, os afetados devem colocar no papel tudo o que perderam, incluindo bens imateriais, e entregar a lista a advogados que calculam um valor aproximado das perdas - inclusive, os danos morais.
"Imagina onde essas pessoas vão passar o Natal. Imaginemos como deve ser vestir todo dia uma roupa que não é sua, comer um prato de comida que você não fez, não ter onde colocar a cadeira fora de casa - pois era isso que eles faziam em Bento", diz Werneck. Segundo ele, é preciso estabelecer critérios, prioridades e medidas céleres para fazer com que a empresa custeie as carências mais imediatas dos atingidos.
Além do bloqueio de R$ 300 milhões, a companhia é alvo de uma ação movida na Justiça de Brasília pelo governo federal e pelos Estados de Minas Gerais e Espírito Santo. Se o pedido for acatado, a Samarco terá que desembolsar R$ 20 bilhões, junto com a Vale e a BHP (acionistas da empresa), a um fundo privado. Já a Justiça estadual de Minas determinou que a empresa deposite R$ 1 bilhão em juízo em ação movida pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF), pelo Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) e pela Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam).
Outro R$ 1 bilhão foi acertado mediante um termo de ajustamento de conduta (TAC) com o Ministério Público Estadual de Minas Gerais. Todos esses processos têm o mesmo objetivo: cobrar da empresa a reparação pelos danos ambientais decorrentes da tragédia.
Um dos autores desse último processo, o promotor Carlos Eduardo Ferreira Pinto, coordenador do Núcleo de Resolução de Conflitos Ambientais do MPE-MG, destaca que é preciso evitar a judicialização das ações - por isso, a ideia do TAC. "Quando você leva a discussão para a Justiça já se sabe que vai levar anos. Eu vejo com preocupação essa pulverização de processos. É como se houvesse uma corrida para ver quem vai pedir a primeira indenização", afirmou.
Segundo o acordo, a própria Samarco deve guardar R$ 1 bilhão e destiná-lo integralmente à recuperação do Rio Doce. O trabalho da promotoria é averiguar se a empresa está cumprindo com os termos acordados, sem a intervenção da Justiça. "No caso de bloqueios judiciais, por exemplo, qualquer plano que seja proposto às famílias deverá ter a autorização da Justiça antes de ser implementado", disse. Quinhentos milhões de reais foram depositados na última semana e o restante deve ser disponibilizado até o dia 27 de dezembro.
A produção desenfreada de ações ainda acaba resultando em conflito entre os processos, como no Espírito Santo. Antes que a lama de rejeitos atingisse o mar, o tribunal estadual determinou que a Samarco abrisse a foz do Doce para que a lama alcançasse o oceano, enquanto uma decisão da Justiça Federal exigia que a mineradora barrasse a chegada dos resíduos ao ecossistema marítimo.
O procurador-geral do Espírito, Rodrigo Rabello Vieira, é um dos signatários de uma das ações mais caras contra a Samarco, ao lado do procurador-geral federal Renato Rodrigues vieira, do procurador-geral da União Paulo Henrique Kuhn, e do advogado-geral de Minas Onofre Alves Batista Junior. Vieira reconhece que a medida é para "o longo prazo". Pelo texto, a Samarco, a Vale e a BHP são intimadas a depositar R$ 2 bilhões anualmente num período de 10 anos para investir em projetos de revitalização do rio. "Esse processo visa justamente não fazer uma sobreposição de ações", disse o procurador.
O governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), já manifestou preocupação com a pulverização das medidas e disse que vai atuar para que os municípios afetados embarquem numa mesma ação, a que foi ajuizada pelo governo federal. "Nós vamos tentar confluir tudo para uma única ação e isso vai facilitar demais e dar velocidade ao processo judicial", disse.

Ambiente
Todo o dinheiro que está sendo exigido da Samarco pode não ser usado em sua totalidade para reverter os danos ambientais. Uma das primeiras sanções aplicadas a empresa foi feita pelo Ibama, com cinco multas que totalizavam R$ 250 milhões. Apesar de ser a maior punição aplicada pelo instituto, o valor foi considerado irrisório pelos ambientalistas. O maior problema, no entanto, é se essas sanções vão ser efetivamente pagas.
Entre 2011 a 2014, apenas 9% das quantias cobradas em multas ambientais pelo Ibama foram arrecadadas. Levantamento da ONG Contas Abertas mostra que o órgão tem R$ 6,1 bilhões a receber de devedores. E quando esse dinheiro cai no caixa, parte dele é usado para custear despesas corriqueiras do instituto, como IPVA e IPTU. Segundo o Contas Abertas, os montantes oriundos de multa já serviram até para pagar a compra de um bebedouro e de alimentos, como café e açúcar.
Em entrevista ao site de VEJA, o governador do Espírito Santo, Paulo Hartung(PMDB), já havia dito que a sua maior preocupação era que o dinheiro levantado para cobrir os prejuízos do desastre fosse usado para aliviar o caixa dos governos, que passam por um período de crise econômica. "Qualquer coisa que se faça agora é precipitado. Ficar aplicando multa é um problema, porque ela cai na estrutura fiscal dos entes federados", disse ele. Enquanto as sanções são protocoladas na Justiça e a empresa lança mão dos recursos, as autoridades ainda tentam encontrar um plano concreto para revitalizar o Rio Doce.
FONTE:
Publicado: Atualizado: 

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

O AMOR QUE VOCE RECEBE


O amor que você recebe 

não é igual 

ao amor que você dá!




O amor que você recebe não é igual ao amor que você dá!


Havia duas vizinhas que viviam em pé de guerra. 

Não podiam se encontrar na rua que era briga na certa. 

Depois de seu encontro com Jesus, dona Maria descobriu o verdadeiro valor da amizade e resolveu que iria fazer as pazes com dona Clotilde. 

Ao encontrarem-se na rua, muito humildemente, disse dona Maria: 

- Minha querida Clotilde, já estamos nessa desavença a anos e sem nenhum motivo aparente. Estou propondo para você que façamos as pazes e vivamos como duas boas e velhas amigas. Dona Clotilde, na hora estranhou a atitude da velha rival, e disse que iria pensar no caso. 

Pelo caminho foi matutando: "Essa dona Maria não me engana, está querendo me aprontar alguma e eu não vou deixar barato. Vou mandar-lhe um presente para ver sua reação". 


Chegando em casa, preparou uma bela cesta de presentes, cobrindo-a com um lindo papel, mas encheu-a de esterco de vaca. "Eu adoraria ver a cara da dona Maria ao receber esse 'maravilhoso' presente. Vamos ver se ela vai gostar disso". 

Mandou a empregada levar o presente à casa da rival, com um bilhete: "Aceito sua proposta de paz, e para selarmos nosso compromisso, envio esse lindo presente". 

Dona Maria estranhou o presente, mas não se exaltou. 
- Que ela está propondo com isso? Não estamos fazendo as pazes? Bem, deixa pra lá. 

Algum tempo depois, dona Clotilde atende a porta e recebe uma linda cesta de presentes coberta com um belo papel. 

- É a vingança daquela asquerosa da Maria. Que será que ela me aprontou?! 
Qual não foi sua surpresa ao abrir a cesta e ver um lindo arranjo das mais belas flores que podiam existir num jardim, e um cartão com a seguinte mensagem: 
"Estas flores é o que te ofereço em prova da minha amizade. Foram cultivadas com o esterco que você me enviou e que proporcionou excelente adubo para meu jardim. AFINAL, CADA UM DÁ O QUE TEM EM ABUNDÂNCIA EM SUA VIDA" (Desconheço a autoria)

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

SONHOS PREMONITORIOS



Você já teve algum sonho premonitório?

Você já teve algum sonho premonitório?



Psicóloga desvenda mecanismos dos sonhos premonitórios
por Rosemeire Zago
Estou escrevendo roteiro para um filme cujo personagem principal tem um sonho premonitório envolvendo quatro pessoas, as quais ele não conhece. Isso é possível?
"Quando conhecemos, ou não, as pessoas que aparecem nos sonhos, pode ser uma premonição de algo que poderá acontecer, que só o tempo poderá confirmar, ou pode apenas ser uma forma de seu inconsciente mostrar aspectos seus que devem ser melhor analisados"Resposta: Não é comum, mas é possível. Apenas 1% dos sonhos são premonições, podendo revelar situações muito antes de acontecerem. Aquilo que conscientemente deixamos de ver é, quase sempre, captado pelo inconsciente, que pode transmitir a informação através do sonho. Saber se é ou não uma premonição, só iremos saber com o tempo, por isso podemos interpretar considerando a premonição, mas também a simbologia do sonho.
Quando sonhamos com outras pessoas devemos considerar que somente 5% dos sonhos com outras pessoas se referem a elas mesmas, 95% são quase sempre aspectos ou sentimentos do próprio sonhador, que prefere não reconhecer como seus.
Por exemplo, caso sonhe com um amigo tendo um acidente, considere o aviso, e se puder, alerte seu amigo para ter mais cuidado; mas também interprete pela simbologia, ou seja, o que significa um acidente para você? Está sendo descuidado em alguma área de sua vida? Não significa necessariamente que seu amigo irá sofrer um acidente. Quais aspectos da personalidade da pessoa que sonhou te chamam mais atenção e qual relação pode ter com sua vida atual?

Resumindo: quando conhecemos, ou não, as pessoas que aparecem nos sonhos, pode ser uma premonição de algo que poderá acontecer, que só o tempo poderá confirmar, ou pode apenas ser uma forma de seu inconsciente mostrar aspectos seus que devem ser melhor analisados.

É preciso ter muito cuidado ao interpretar um sonho quando não se conhece a linguagem do inconsciente, pois poderá fazer uma interpretação que nem sempre corresponderá a mensagem que o inconsciente está enviando. Por isso é importante sempre o auxílio de um profissional qualificado. 

FONTE: UOL

domingo, 6 de dezembro de 2015

VISITA DA PAZ




A paz irá visitá-lo



pensamentos passam.jpg


por Alex Possato


Muitos de nós estamos vivendo um tempo de opressão. 

As notícias desanimadoras em tantos aspectos somente ampliam o grau da angústia existencial que passamos. 

Não suportamos mais nossas rotinas. 

Nossos trabalhos.



Nisso não há professor, não há aluno, não há lider, não há guru,
não há mestre, não há salvador.
Você mesmo é o professor, o aluno, você é o mestre,
você é o guru, você é o lider, você é tudo.
Jiddu Krishnamurti


Muitos de nós estamos vivendo um tempo de opressão. As notícias desanimadoras em tantos aspectos somente ampliam o grau da angústia existencial que passamos. Não suportamos mais nossas rotinas. Nossos trabalhos. É comum não suportarmos nossas relações, apesar de também não suportarmos a solidão. Queremos dinheiro, e adoecemos em busca dele. Na falta, ficamos igualmente doentes. Queremos espiritualidade, mas não acreditamos nos mestres, nas religiões, e nem em nós mesmos. Estamos como doidos correndo atrás de algo – seja um bem material, uma posição social, um lugar elevado na nossa crença espiritual, na vã esperança de vivermos melhor, mais felizes, em paz.
Isso é importante em determinado momento da nossa vida. Mas quando alguém que se coloca a caminho de autoconhecer-se, mais cedo ou mais tarde chega à conclusão que grande parte da agonia deve-se principalmente aos seus próprios pensamentos e as ações que toma no mundo, determinadas por crenças instaladas – e que irremediavelmente, não o leva rumo à paz que tanto almeja. Afinal, quem olha para o mundo externo ou para o mundo interno, coloca um peso, uma medida, e julga o mundo e a si como sendo bom ou mau, somos nós mesmos. Através de pensamentos, crenças aprendidas, adquiridas, você está sempre em guerra. Por exemplo, um terrorista olha um ataque terrorista com satisfação. Ensinaram ele assim. Já um parente de uma vítima do terrorismo olha para a mesma coisa com raiva, ódio, mágoa, dor… Dois lados antagônicos, presos numa situação de dor e violência.
Da mesma forma, olhamos para nós. Alguém ensinou que determinada atitude era errada. Um vício, por exemplo. E quando cedemos ao vício, uma parte de nós gosta, porque sente prazer. E outra parte odeia, porque foi ensinada que esse vício é ruim. Não presta. Dois lados antagônicos, presos numa situação de dor e violência. Você continua em guerra.
Se você notar, agimos desta forma em tudo. Rotulamos algo bom e algo ruim, queremos eliminar uma coisa, e ficar com outra. E isso causa profundo estresse interior. Isso provoca a energia do conflito e da violência, dentro de nós. Que quando estimulada por algum acontecimento externo, pode se manifestar. Já vi pessoas saírem do sério e iniciarem conflitos dentro de um ambiente monástico, por exemplo.
Então, se o primeiro passo é entender que sua agonia deve-se a pensamentos e crenças, o segundo passo do buscador é perceber que não adianta tentar eliminar um pensamento ruim, para ficar somente com um bom pensamento. Nossa mente não aceita isso. Pensamentos bons e ruins passam pela mente ininterruptamente. Fazendo com que, muitas vezes, tomemos atitudes que podem provocar dor em nós e em outros. Assim é o ser humano.
Nem bom, nem ruim
Se você olhar com atenção, perceberá que todos os seus pensamentos foram instalados “dentro da sua mente” por alguém, que inclusive os rotulou: isso é bom. Isso é ruim. Isso é aceitável. Isso é abominável. Porém, antes dos seus pensamentos serem instalados, sua mente possuía uma saudável inocência. Você olhava para as coisas, e a maior parte destas coisas não o afetava. Você tocava nas suas partes genitais, por exemplo, e sentia-se bem. Até o dia em que mamãe lhe disse que isso era indecente. Você sentia prazer em simples e pequenas coisas. E esqueceu-se disso.
Não há outra forma, querido: um terceiro passo é refugiar-se nesta “parte” da mente imaculada, que está em você, apesar dos seus pensamentos barulhentos. Não é necessário modificar nada: basta perceber que, atrás dos pensamentos, existe um campo vasto, infinito, de paz, equilíbrio, presença, integração. Atrás de todas as ideias implantadas em sua mente, incluindo as ideias que dizem respeito à sua personalidade, suas características físicas, morais, mentais, espirituais… incluindo traumas, medos, sentimentos que você não tem a menor noção de quando foram implantados… tudo isso são como folhas voando ao vento, nos campos do Senhor. Sem levar a sério os pensamentos, acaba-se a comparação, o julgamento, a crítica. Desta forma, acaba-se a resistência. Acabando a resistência, estabelece-se a paz.
Acione o seu poder observador
Alguns buscadores acreditam que esse estado de paz e bem-aventurança é exclusivo de pessoas iluminadas, seres altamente espirituais. Isso não é a realidade. Qualquer pessoa que se colocar amorosamente a investigar sua própria mente, mais cedo ou mais tarde perceberá este espaço vazio como sendo inerente a todos e a tudo. Ele sempre esteve ali, e em algum momento, você o percebe! E sente benefício instantâneo ao conectar-se.
Isso pode ser agora! Experimente deixar os pensamentos passarem! Não resista a eles… mas também, não se apegue a eles…
Talvez você já tenha percebido este estado mais de uma vez. Muitas vezes, uma situação externa o faz ingressar neste plano pacífico, vasto, amoroso: por exemplo, uma contemplação na montanha. Um banho numa cachoeira. Um mergulho. Um vôo. Um trabalho introspectivo. Uma música. Dirigindo seu carro. O grande truque é não entrar em comparação, julgamento. Tipo: nossa! Que sensação maravilhosa! Que tudo! Ou: que horror! Minha mente não para! Porque aí você entrou novamente em no reino mental. Mas se entrou, não tem problema. Basta respirar, e deixar os pensamentos passarem. Não é uma questão de acalmar a mente. É uma questão pura e lógica de observar que você existe, apesar da mente barulhenta. Além da mente. Junto à ela.
Isso pode ser agora! Experimente deixar os pensamentos passarem! Não resista a eles… mas também, não se apegue a eles…
Neste estado, onde estão os problemas? Onde estão os conflitos? Onde estão os vícios? As doenças? Você está consciente de tudo, porém, aos poucos, começa a adquirir uma outra característica mental – a consciência, que sabe o que é do reino mental, e sabe qual é a sua própria essência. E vagarosamente, vai percebendo este espaço como se estivesse se ampliando. Mais e mais. Isso é só uma ideia, porque este espaço não se amplia. Ele já é infinito. Você é parte dele, e ele é parte de você. Neste lugar, cessam-se as divisões. Mas digo isso porque, muitas vezes, a mente entrará no processo. E você retorna ao barulho. Às vezes você irá se perder nas neuras, nas emoções distorcidas, nos hábitos destrutivos, outra vez.
Mas tudo bem. Isso faz parte. Retorne. Retorne. Retorne. Respire um pouco. Amorosamente. Não resista à nada. Somente observe. A paz irá visita-lo.

AUTOR:

Olá. Sou terapeuta sistêmico, coordeno cursos de formação em constelação familiar sistêmica, escrevo e trabalho com imagem profissional e comunicação para empreendedores e autônomos.

Percorri muitos caminhos espirituais e terapêuticos, em busca da minha própria paz interna. Esta jornada me levou ao Japão e Índia, onde encontrei principalmente na meditação, no zen-budismo e no caminho do yoga um refúgio de equilíbrio e saúde.

No meu lado profissional, dois lados ficaram fortes: o empreendedorismo e a terapia. Entendo que o ser humano se realiza quando produz. E só produz com a alma quando está bem internamente. E se dá bem no que faz quando consegue se expressar para o mundo. Depois de mais de 10 anos como empreendedor, entrei para o mundo da terapia. Hoje atuo basicamente com a constelação familiar sistêmica, embora utilize "pitadas" de PNL - programação neurolinguística. Coordeno os sites Constelação Sistêmica, Expressão do Ser e o espaço Casa Amor em Movimento.

alexpossato@hotmail.com
São Paulo (SP)