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segunda-feira, 29 de junho de 2015

POBREZA DO NOSSO FUTEBOL





A POBREZA DO FUTEBOL
DA SELEÇÃO BRASILEIRA
É ASSUNTADORA !




Foto: Estadão Conteúdo




A pobreza do futebol da Seleção Brasileira é assustadora

Blog Contrapé
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Começo a escrever esse texto antes da disputa de pênaltis entre Brasil e Paraguai. O motivo é simples: para a análise do futebol apresentado é irrelevante se o time de Dunga vai ou não passar para as semifinais. E o que se viu foi absolutamente lamentável, de uma pobreza impressionante.


De todos os problemas - e são muitos - a incapacidade do Brasil de ter a bola com qualidade, de dominar o adversário, de se mostrar protagonista com controle do jogo é o mais assustador. Durante a partida toda a seleção conseguiu criar apenas um ataque relevante, justamente o do gol marcado por Robinho depois de passe de Daniel Alves no primeiro tempo. Não há toque de bola, tabelas, gosto pelo jogo. Evidente que atuar no contra-ataque é uma estratégia legítima para qualquer equipe, mas nem isso o Brasil atual tem sido capaz.depois de sair em vantagem e neste sábado a situação se repetiu.


(Pausa no texto para acompanhar Paraguai 4x3 Brasil, nos pênaltis. Perderam Everton Ribeiro e Douglas Costa para a seleção brasileira)


O segundo tempo contra o Paraguai mostrou uma seleção acuada, dominada por um adversário que, além da raça, tem muito pouca qualidade técnica ofensiva, já que tem no âmago de seu jogo a capacidade de se defender. Diante de um Brasil paupérrimo, não restava outra alterativa a não ser buscar o empate e conseguiu depois que Thiago Silva colocou a mão na bola e cometeu pênalti.
O trabalho de Dunga é ruim. O técnico não consegue investir na construção de um estilo de jogo diferente depois do que ocorreu na Copa do Mundo, mas quando a CBF, a maior responsável, o colocou lá ao lado de Gilmar Rinaldi sabia disso. Quanto aos jogadores, também não podem ficar distantes das críticas. Muitos são protagonistas em suas equipes e omissos no Brasil. A crise é feia e a perspectiva também, mas nada é surpresa, o que torna a situação toda ainda mais assustadora.






FONTE:


BLOG CONTRAPÉ



Fernando Graziani (Contrapé)

 




Fernando Graziani é jornalista. Já cobriu duas Copas do Mundo, Copa das Confederações, duas Olimpíadas e mais centenas de campeonatos. No Blog, privilegia análise do futebol nacional e prefere sempre o debate do que a verdade absoluta.

domingo, 28 de junho de 2015

VIVER DIFERENTE







Você está preparado para viver diferente do que lhe foi ensinado?




   

Só o amor nos liberta da dor!





Só o amor nos liberta da dor!
por Flávio Bastos - flaviolgb@terra.com.br


"O reconhecimento da alma pode ser sutil e lento. O toque que nos desperta pode ser de um filho, de um pai, de uma mãe, de um irmão ou de um amigo leal. Ou pode ser da pessoa a quem amamos, que atravessa séculos para nos beijar mais uma vez". (Brian Weiss)

Como registrou Brian Weiss, "para cada um de nós, existe uma pessoa especial. Muitas vezes existem duas, três ou mesmo quatro. Todas vêm de gerações diferentes. Atravessam oceanos de tempo para estarem conosco novamente. Podem parecer diferentes, mas nosso coração reconhece". E esse reconhecimento ressignifica o amor, à medida que essa sutil energia, por estar associada à densa energia da materialidade, possui uma limitada área de abrangência e influência em nossas vidas.

Neste sentido, a sua ressignificação torna-se um desafio para quem deseja experienciar o amor na sua forma mais intensa e real. Caminho que exige o desenvolvimento de uma percepção mais apurada em relação à própria experiência vital, onde a dor da perda e da separação é inevitável.

Sobre a função da dor na vida humana, o Espiritismo nos alerta que se nas horas de provação soubermos observar o trabalho interior, a ação misteriosa da dor em nós, em nosso eu, em nossa consciência, compreenderemos melhor sua sublime obra de educação e de aperfeiçoamento: "Veremos que ela atinge sempre o ponto sensível. A mão que dirige o cinzel é de um artista incomparável, não deixa de agir até que os ângulos de nosso caráter estejam aparados, polidos e gastos. Para isso, ela volta à carga tantas vezes quantas sejam necessárias. E por seus golpes repetidos, a arrogância e a personalidade excessiva de alguns deverão cair. A fraqueza, a apatia e a indiferença deverão desaparecer de outros. A dureza, a cólera e o furor de outros ainda. Para todos haverá diferentes procedimentos, variados ao infinito, conforme os indivíduos, mas em todos agirá com eficácia, de maneira a fazer nascer ou desenvolver a sensibilidade, a delicadeza, a bondade, a ternura e a fazer sair das dilacerações e das lágrimas qualquer qualidade desconhecida que dormia silenciosa no fundo do ser, ou aquela nobreza nova, adorno da alma, adquirida espontaneamente".

Embora tivesse convivido desde o nascimento com seus pais biológicos, Carol, filha única, tinha seus avós paternos como referência afetiva. O carinho que demonstrava pela sua falecida avó, as lembranças dos dias felizes em sua companhia, permaneciam registradas na memória e no coração. No entanto, a dor e o amor, sentimentos ambíguos, misturavam-se confusamente em seu emocional. A dor da perda mantinha-se latente no seu dia a dia, intensificando-se com o passar do tempo em forma de luto não resolvido.

Na sessão regressiva, Carol acessa uma vivência em lugar remoto onde havia muita neve e fazia muito frio. Vivia em uma cabana construída com troncos de árvores. Era casada e esperava o quinto filho. Seu marido era caçador e seguidamente afastava-se do lar para buscar o sustento da família.

Em um retorno ao convívio da família, ele trouxe uma nova arma que havia adquirido. Fato que chamou a atenção dos filhos que reuniam-se à sua volta, curiosos e impressionados pelas demonstrações e habilidades do pai. Porém, um descuido fez com que a arma, cujo cano estava apontado para cima, disparasse, atingindo uma viga do teto da cabana, responsável pela sustentação de uma espessa camada de neve acumulada no telhado. O impacto do projétil na viga, fez com que parte do telhado desabasse em cima do filho mais novo, provocando a sua morte.

O tempo passou e Carol nunca perdoou o seu marido e nunca aceitou a morte do filho caçula pelo qual nutria um sentimento especial, ou seja, o mesmo sentimento que Carol tinha pela avó da vida atual, que faleceu quando ela ainda era uma criança.

Na sequência regressiva, Carol acessa a situação que envolveu a morte de sua avó e relata com detalhes a sua experiência infantil repleta de dor e sofrimento ao ver a sua vozinha sem vida. Sentimento que sintoniza à situação pregressa, quando viu seu filhinho inerte embaixo dos escombros do telhado que desabara.

Duas vivências, distintos personagens, mesmos sentimentos que unem duas almas, é o resultado da experiência regressiva de Carol, que revela o sentimento de perda e luto não resolvido como o "pano de fundo" de uma consciência tocada pelo apego e pelo desconhecimento do significado do amor em sua forma ampliada.

A experiência regressiva revelou à Carol o quanto ela continua apegada aos seus traumas, sem a compreensão necessária dos significados do amor e da dor em sua vida. Compreensão que aciona o processo de libertação das amarras psíquico-espirituais que nos mantém prisioneiros de si mesmos, à medida que só o amor real, visualizado e sentido na sua forma abrangente, pode nos libertar do cativeiro onde predominam a dor e o sofrimento.

Nesta lógica, Brian Weiss escreveu: "O amor é como um fluido. Preenche feridas. Preenche espaços vazios por sua própria conta. Somos nós, são as pessoas que o impedem, erigindo falsas barreiras. E quando o amor não pode encher nossos corações e mentes, quando estamos desligados de nossa alma, cuja essência é o amor, todos enlouquecemos".

Portanto, vivamos em busca de fazer da vida um trampolim para voos mais altos do espírito, pois só o amor nos liberta da dor e mostra o caminho da felicidade possível.



FONTE:
   


por Flávio Bastos   

  Flavio Bastos é criador intuitivo da Psicoterapia Interdimensional (PI)
e psicanalista clínico.




Outros cursos: Terapia Regressiva Evolutiva, Psicoterapia Reencarnacionista,
Terapia Floral, Psicoterapia Holística, Parapsicologia,
Capacitação em Dependência Química, Hipnose e
Auto-hipnose e Dimensão Espiritual na Psicologia e Psicoterapia.  

  E-mail: flaviolgb@terra.com.br












FACEBOOK DAI DO ARMÁRIO





O dia em que o Facebook saiu do armário


                 


ZUCKERBERG
       
reprodução/facebook


                                




Por Fabro Steibel, Coordenador-Geral do ITS


26 de junho foi a data em que um algoritmo descobriu quem era a favor - ou não - da união homoafetiva. Em nome da causa (muito mais do que pela decisão americana), todo mundo deu um "update" no seu Facebook. Mais eficaz que um vox populi ou pesquisa de Ibope, aqueles que apoiam a causa voluntariamente trocaram sua foto de perfil por um avatar com as cores do arco-íris.


O que aconteceu ali não aconteceu em 2011, quando o Supremo Tribunal Federal decidiu a favor da união homoafetiva, em 2013, quando o Conselho Nacional de Justiça aprovou resolução que proibiu cartórios de recusar a celebração de casamentos civis entre pessoas do mesmo sexo, nem em 2015, quando a Irlanda aprovou por plebiscito o casamento homoafetivo. Mas hoje, motivados pela decisão da justiça americana que legalizou o tema, Obama fez uma celebração da data por post, Dilma e a CGU coloriram os avatares, e a Visa, num raio boticarizador, entrou no clima da mobilização.


Em 26 de junho, a privacidade, do armário, saiu pelas timelines. Na fan page de Jean Willys e de Jair Bolsonaro, não só os comentários se dividiam como a favor ou contra; também era possível inferir o posicionamento de cada um apenas ao olhar seus avatares. Mais do que esquerda e direita, um tema simples e direto, que divide preferências como a água e azeite. E o Facebook só olhando.


Na data, o clique em "like" tornou-se um mecanismo de participação. Obama atingiu 2 milhões de likes, celebridades atingiram marcas de milhares de apoios e pessoas comuns atingiram pelo menos cem curtidas ou mais em suas fotos de perfil. Poucos tiveram tantos likes antes (mesmo os que disputaram eleições, ou estrelaram grandes obras, ou fizeram aniversário de casamento).


O Facebook ficou sem saber na verdade se quem manteve o "velho" avatar manteve porque era contra, ou porque não sabia como colorir a imagem, ou até mesmo porque tinha outra coisa por fazer ou estava sem 3G no dia. A leitura da troca ou não do avatar está longe de ser binária, mas feita por máquinas, no longo prazo, sugere padrões de comportamento cada vez mais precisos - e individualizados.


O Facebook tentou anteriormente fazer ações públicas para registrar o ato de votar ou para registrar o apoio à vítimas de terremoto, mas até então memes como vestido branco, azul e dourado haviam feito algo que algoritmo nenhum do Facebook tinha conseguido realizar. Isso era 26 de fevereiro. Agora chegou o 26 de junho, dia em que o algoritmo do Facebook saiu do armário.


Passadas poucas horas do início do fenômeno (sim, horas; porque o tempo da Internet é curto) já se especulava quais marcas aderiram ao movimento por oportunismo ou crença. Já se pressionava Fan Pages como a da Prefeitura de Curitiba, que sempre defenderam a causa, a se colorir, como se o ato da troca do avatar fosse um divisor de águas entre ser contra ou a favor. Entre ser nós ou eles. E o Facebook ali, com seu algoritmo, a medir e a documentar.


26 de junho foi o dia em que o Facebook soube (ainda mais) que eu apoio a causa homoafetiva. Foi quando ele soube outros detalhes de mim e de meus amigos, e o dia em que meu passado digital (como o de muitos) ganhou ainda mais nitidez. Essa foi a data em que muita gente saiu do armário, coloriu o seu perfil com as cores do big data e o Facebook, claro, viu tudo.








FONTE:




Favoritar


Centro de pesquisas sobre o impacto social, jurídico, cultural e político da tecnologia




Publicado: Atualizado:

VATICANO & PALESTINA







Vaticano assina primeiro acordo

 com Estado da Palestina;

Israel desaprova




     


PAPA PALESTINA


                                









O Vaticano assinou o primeiro acordo com o Estado Palestino nesta sexta-feira (26), pedindo "decisões corajosas" para acabar com o conflito israelense-palestino e apoiar uma solução entre os dois Estados.

O acordo, que tornou oficial o reconhecimento da Palestina pelo Vaticano desde 2012, não agradou Israel, que chamou de "um passo precipitado que danifica as perspectivas de avanço para um acordo de paz".

Israel também disse que poderia criar problemas com suas futuras relações diplomáticas com o Vaticano.

O acordo, que trata das atividades da Igreja Católica nas áreas controladas pela Autoridade Palestina, também confirmou o papel proativo do Vaticano na política externa sob comando do papa Francisco. No ano passado, o Vaticano participou do resumo de laços entre Estados Unidos e Cuba.
O arcebispo Paul Gallagher, ministro de Relações Exteriores do Vaticano, disse durante a assinatura que esperava que fosse um "estímulo para trazer um fim definitivo para o longo conflito israelense-palestino, que continua causando sofrimento para ambos lados".

O ministro do Exterior palestino, Riad Al-Malki, disse esperar que o acordo ajude no "reconhecimento do direito do povo palestino à autodeterminação, liberdade e dignidade em um Estado independente, livre das algemas da ocupação".






FONTE:


Reuters


Publicado: Atualizado:

quinta-feira, 25 de junho de 2015

PAPA & POLEMICA





Papa Francisco diz que

separação da família às vezes é

 'moralmente necessária'





POPE


                                







O papa Francisco considerou hoje (24) que a separação de uma família pode ser "moralmente necessária", como em casos de violência, sem chegar a falar especificamente em divórcio. "Há casos em que a separação é inevitável", declarou o papa durante a audiência geral das quartas-feiras na praça de São Pedro, no Vaticano.
"Algumas vezes, ela [a separação] pode tornar-se mesmo moralmente necessária, quando se trata de proteger o cônjuge mais frágil ou as crianças das feridas mais graves causadas pela intimidação e pela violência, a humilhação e a exploração".
O papa insistiu na necessidade de proteger as crianças. "Apesar da nossa sensibilidade aparentemente evoluída e das nossas análises psicológicas elaboradas, pergunto-me se não estamos anestesiados perante as feridas da alma das crianças", questionou.


"À nossa volta, vemos diversas famílias em situações ditas disfuncionais - não gosto desta palavra - e nos colocamos algumas questões: como ajudar? Como acompanhar a situação de modo a que a criança não se torne refém do pai ou da mãe?", disse o papa.


Estas questões, colocadas durante a última audiência geral antes da pausa de julho, é claramente dirigida aos padres que vão se reunir em outubro, no Vaticano, para o sínodo sobre a família.


Em um documento de trabalho para este sínodo, divulgado ontem (23), o Vaticano reafirmou a indissociabilidade do casamento, ao mesmo tempo que promete facilitar o acesso a procedimentos para anulação do matrimônio e cita a possibilidade de "caminhos de penitência" em condições muito rigorosas, suscetíveis de permitir a comunhão aos divorciados que voltaram a casar.


FONTE:


Agência Lusa


Publicado: Atualizado:

quarta-feira, 24 de junho de 2015

ESTADO LAICO & INTOLERANCIA









                                      


Avanço do conservadorismo no Congresso Nacional expõe desafio ao Estado laico e à tolerância no Brasil



               







"A número regimental, declaro aberta a sessão, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos". É assim que são abertas todos os dias, sob um crucifixo posicionado acima da Mesa Diretora, as sessões no Congresso Nacional, em Brasília, morada do Poder Legislativo no Brasil. A menção de cunho religioso nunca chamou tanto a atenção como agora, quando o País se vê envolto em episódios de intolerância religiosa, ao mesmo tempo em que uma onda de conservadorismo ganha corpo na política.





No dia 10 de junho, um grupo de 400 deputados federais ligados às bancadas Evangélica, Católica e da Bala parou uma sessão que discutia a reforma política para realizar um ato de repúdio contra a Parada Gay de São Paulo, na qual uma atriz transexual encenou a crucificação de Jesus Cristo. A mensagem – uma demonstração cênica da perseguição diária sofrida pelos gays – ofendeu setores mais conservadores da sociedade.
Em resposta, além do protesto, os parlamentares rezaram um Pai-Nosso, dentro do plenário da Câmara. Ocorre que o artigo 5º da Constituição Federal, de 1988, em seus incisos 6, 7 e 8, trata da liberdade religiosa de todas as crenças, sem exceção – daí o termo Estado laico, aquele que respeita e aceita todas as religiões. Todavia, ao não possuir uma única religião oficial o Estado brasileiro se compromete a permanecer neutro. Ou pelo menos deveria.

A recente demonstração de força de setores mais conservadores já demonstra ser muito mais do que uma simples ‘ressaca’ das Jornadas de Junho, como ficaram conhecidas as manifestações que tomaram as ruas do Brasil em 2013. E essas bancadas não vêm se furtando em defender as suas posições, no que alguns especialistas definem como ‘ditadura da maioria’.
“O Legislativo deve primar pelo pluralismo. Há uma maioria eleita pela sociedade, mas é apenas uma parte do todo. Vemos hoje no Congresso vários postos-chave dominados por um grupo majoritário e considero isso um problema grave. É uma ditadura da maioria, que precisa preservar também os direitos e visões da minoria, o que não vem ocorrendo”, disse ao Brasil Post o sociólogo Wagner Iglecias, professor do Curso de Graduação em Gestão de Políticas Públicas da Universidade de São Paulo (USP).
A opinião é compartilhada pelo advogado Rafael Valim, especialista em Direito Constitucional pela Universidade Castilla-La Mancha (Espanha). “Vermos a Bancada Evangélica defender os interesses de um setor da sociedade é natural, como em qualquer subsistema social. O Parlamento, por natureza, é a expressão das forças sociais. Até aí perfeito. O que não pode é transformá-lo em uma igreja e fazer o mesmo com o Executivo ou com o Judiciário. Os limites são difíceis de serem estabelecidos. O Estado tem que adotar a neutralidade e não é o que se vê quando deputados rezam um Pai-Nosso, por exemplo”.
Em mais de uma ocasião, o presidente da Câmara, deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), deixou claro que a sua gestão iria se pautar por temas “esquecidos há anos” na Casa e que fossem “de interesse da sociedade”. Assim, pautas polêmicas como a maioridade penal reapareceram e contribuíram para uma polarização que já era anterior. Evangélico, Cunha também já declarou que, no Legislativo, “o que vale é a maioria”.
De acordo com análise do cientista política Marco Antônio Teixeira, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), esse tipo de raciocínio não auxilia em nada em uma gestão mais democrática, seja em qual seja o poder. Na sua opinião, manifestações religiosas no Legislativo “deveriam ser banidas”, sob pena de aumentar uma priorização de determinados grupos – o que já acontece nesta legislatura.
“Ao rezar, eles ultrapassaram o limite do bom senso e inflamaram o conflito religioso. É preciso que o regime da maioria respeite a minoria também. Se você prioriza determinados grupos, você acaba não lidando corretamente com a gestão democrática. É difícil disciplinar isso”, afirmou.






Antes de parlamentar, um indivíduo


Em defesa do Pai-Nosso e das bancadas conservadoras, parlamentares responderam aos críticos dizendo que o Brasil é sim um Estado laico, mas não ‘laicista’ – o que significaria abolir toda e qualquer religião. Para eles, outros grupos religiosos poderiam ter o direito de realizar orações como a vista no dia 10 na Câmara. Tal raciocínio traz à tona o fato de que, antes de político, o parlamentar é um indivíduo que, por si só, possui seus próprios valores e crenças.
“Não tem como separar o indivíduo dos seus valores, que são características arraigadas em cada um. A questão é saber quais são os momentos adequados para determinadas manifestações. Não é só uma questão do cristianismo. Você possui vários códigos morais e a Bíblia é um deles, é importante para a população brasileira. Fomos colonizados por isso e nossa raiz possui valores católicos. Mas concordo que não deveria ser o único parâmetro para qualquer discussão", avaliou Lídice Meyer Pinto Ribeiro, professora de Ciências da Religião da Universidade Presbiteriana Mackenzie.
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Ato da Bancada Evangélica foi em protesto contra a Parada Gay (André Dusek/Estadão Conteúdo)

A diretora-geral do Instituto Brasileiro de Direito Constitucional (IBDC) e doutora em Direito do Estado pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Maria Garcia, explicou que a Constituição proíbe sim o Estado de ser vinculado a religiões e que manifestações como o Pai-Nosso podem ser classificadas como “excessos condenáveis”, mas considerou que é preciso tomar cuidado ao se vetar qualquer ato de uma bancada que tenha clara ligação com uma determinada crença.
“Não concordo que a Bancada Evangélica não possa se manifestar. Acho que tudo o que houve envolveu a maneira ofensiva como Cristo foi exposto na Parada Gay. Dom Odilo Scherer (arcebispo de São Paulo) definiu bem: ‘quem quer respeito também precisa respeitar’. Vivemos uma crise em todos os setores no Brasil, o que é esperado de uma democracia que ainda engatinha e que nunca teve continuidade no nosso País”, comentou.
A dificuldade de compor a fé e a tarefa de legislar em um único indivíduo político é justamente a barreira a ser enfrentada com muita tolerância, na visão do padre Valeriano dos Santos Costa, diretor da Faculdade de Teologia da PUC-SP. Ele disse considerar “uma estupidez” quem acha ser possível separar a religião do cidadão, porém mencionou que as diferenças precisam ser sempre respeitadas – embora não tenha de, necessariamente, ditar as normas da maioria.
“Vivemos em um mundo intolerante. (Zygmunt) Bauman diz que estamos em um mundo no qual os valores não têm durabilidade, que estão todos a serviço do consumo. Por isso, fica difícil estabelecer parâmetros e, assim sendo, propostas são muitas vezes bem acatadas por um grupo em detrimento de outro. Isso deve ser evitado, visto que há conflitos que levam inclusive a mortes. É preciso construir uma convivência social, de tolerância e respeito”, disse.



A ‘teocracia oficiosa’

A presença de parlamentares conservadores em posições nevrálgicas no Legislativo hoje já traz preocupações para quem não se vê por eles representado. Segundo o censo mais recente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2010, o número de evangélicos cresceu quase 62% em 10 anos. Eles saltaram de 26,2 milhões, em 2000, para 42,3 milhões em 2010, o que corresponde a quase 25% da população brasileira. Eles só estão atrás dos católicos (123 milhões), mas há espaço para crescer, segundo Wagner Iglecias.
“Tudo o que está acontecendo tem ligação com o crescimento dos evangélicos, que hoje estão sub-representados no Congresso. Há espaço para aumentar essa participação. Com a péssima articulação do governo federal, o baixo clero da Câmara assumiu posições importantes. Esse ruído não aparece quando você vai discutir transporte, por exemplo. Mas é o inverso quando vai debater a educação, na qual há muitos valores embutidos”, afirmou.
O acadêmico da USP teme pelo que o futuro possa trazer, sobretudo com sugestões como a criminalização da ‘Cristofobia’, proposta que já foi encaminhada pelo deputado federal Rogério Rosso (PSD-DF) e que Eduardo Cunha quer levar a plenário o quanto antes. “É uma aberração o que está acontecendo com projetos como esse aí”, completou Iglecias.
Com a ascensão de bancadas religiosas e conservadoras, estaria o Brasil fadado a ver a sua democracia (poder no qual a soberania é do povo) ser desfigurada e transformada em uma teocracia (governo que se submete a alguma religião)? Nenhum entrevistado pelo Brasil Post vê campo fértil para algo tão radical, pelo menos em caráter oficial. Contudo, é possível que o peso de crenças religiosas aumente, criando o que poderia ser definida como ‘teocracia oficiosa’.



parada
Encenação na Parada Gay de SP foi o estopim para o acirramento de maioria e minoria (Estadão Conteúdo)


“Me preocupa a ascensão e protagonismo dessas religiões em termos políticos. Corremos um sério risco de retrocesso civilizatório com esse movimento em direção ao poder. Para chegar ao ponto de termos uma teocracia seria preciso uma revolução, uma alteração na Constituição e um processo revolucionário. Porém, no Brasil costuma vigorar a ordem formal e depois, em paralelo, a ordem oficiosa. Vejo tudo isso com grande preocupação”, disse Rafael Valim.
Já para o padre Valeriano dos Santos Costa, não há horizonte para se falar em teocracia no Brasil, embora seja difícil prever o que os principais nomes da Bancada Evangélica almejam na esfera política no futuro. “É muito difícil falar disso no contexto atual, assim como é difícil termos decisões políticas que sejam consideradas sem considerar a maioria. É uma questão de composição social e tolerância”, opinou.



Pontos em comum pela paz

O cenário de polarização na sociedade e na política do Brasil dá poucas margens para imaginar um apaziguamento possível e crível em um futuro próximo. Entretanto, há sugestões de caminhos a serem trilhados nesse sentido, caso os diversos personagens queiram buscá-los. Lídice Meyer Pinto Ribeiro diz que as diferenças são conhecidas, mas que a paz entre as religiões e, por consequência os políticos que as representam, precisa buscar congruências.
“Dentro de uma visão mais sociológica, (Émile) Durkheim dizia que os valores morais da sociedade são a base dela e, no caso do Brasil, eles são muito religiosos. Se você fortalece os valores mais profundos, você também fortalece a sociedade. E que valores? É preciso encontrar no diálogo aqueles comuns a todas as crenças, como o amor ao próximo e o de não fazer ao outro aquilo que não se quer para si. Não é fácil trabalhar a convergência em detrimento da divergência, já que o ser humano é egoísta por natureza e cultivar o amor ao próximo é antinatural. Mas não podemos perder a esperança”, analisou.
O diálogo é a base da resolução na opinião de Maria Garcia. A especialista em direito constitucional vê o atual cenário brasileiro como “um processo da democracia”, no qual é refletido o estado de momento das coisas. “Vivemos em um Estado patrimonialista, em que as pessoas se acham ‘donas do pedaço’. É um problema educacional e cultural que precisa ser combatido se quisermos melhorar as relações”.
E como chegamos a um estágio de maior tolerância? A tendência é que o Judiciário seja um personagem fundamental em se fazer cumprir, como sempre, as leis. Como um poder moderador, se espera sempre que suas decisões não se pautem pela fé – fosse o contrário, teríamos mais uma característica comum a regimes teocráticos.
“Há uma mobilização constante para se fazer valer o que diz a Constituição. Se não for suficiente, é preciso levar ao Judiciário, que tem por premissa fazer cumprir a lei. Sem ele (Judiciário), corremos o risco de ver solapado e destruído o Estado de direito que tanto nos custou a construir. Se nada der certo, é esse o caminho”, afirmou Rafael Valim.
Às minorias – também chamadas de forças progressistas –, a palavra de ordem deveria ser “mobilização”, de acordo com Wagner Iglecias. Mas para elas o cenário presente não parece demonstrar isso. “A minoria já não tem muita atenção por uma questão aritmética, e incluo aqui as mulheres e a comunidade LGBT. No Parlamento, por exemplo, você tem ali o Chico Alencar (PSol-RJ), o Jean Wyllys (PSol-RJ), a Maria do Rosário (PT-RS) e só. Eles podem espernear, mas a sociedade também teria de se mobilizar. Confesso que estou sem esperança, esses setores da população que não estão sendo ouvidos parecem estar meio paralisados”, finalizou.
 
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FONTE:

BRASIL POST


Publicado: Atualizado:  

terça-feira, 23 de junho de 2015

MAIORIDADE PENAL: OPINIÃO DOS BRASILEIROS







9 entre 10 brasileiros defendem

a redução da maioridade penal;


Apoio é maior entre pessoas

com menor escolaridade,


diz Datafolha

                    
MAIORIDADE








Pesquisa Datafolha divulgada nesta segunda-feira (22) aponta que 9 em cada 10 brasileiros apoiam a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos. O resultado é o mesmo de levantamentos anteriores feitos pelo instituto.






Perfil de quem apoia


Entre os entrevistados que possuem curso superior, 78% defendem a redução. Já os entrevistados que completaram apenas até o ensino fundamental, o número de apoiadores é 90%.
O apoio também é inversamente proporcional conforme a renda dos entrevistados. Ou seja, os mais ricos se mostraram menos favoráveis à redução quando comparados aos entrevistados com renda menor. Segundo o Datafolha, 81% das famílias com renda mensal acima de 10 salários mínimos apoiam. Já entre as famílias com renda de até cinco salários mínimos o número sobe para 88%.
Quando analisados por região, os maiores defensores da medida estão no Nordeste, com 89% dos entrevistados à favor. A região com o índice menor foi a Centro-Oeste, com 15% dos questionados contra a redução.




Crimes violentos


Recentemente, a comissão especial na Câmara dos Deputados que analisa a questão aprovou a redução em caso de crimes graves. Apenas 27% dos brasileiros apoiam a redução da maioridade para crimes hediondos, como estupro, homicídio e sequestro, por exemplo. Dessa minoria, 53%, 80% e 24% brasileiros apoiam a redução nos três exemplos citados, respectivamente.
A maioria dos brasileiros, 73%, defendem a mudança para qualquer crime.




A pesquisa


Ao todo, foram ouvidas 2.840 pessoas em 174 municípios por todo o País. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou menos.




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FONTE:


Brasil Post  |  De




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