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quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Débora, uma mãe em Israel

Algumas pessoas são líderes improváveis. Superficialmente, elas parecem não ter as características que geralmente associamos com grandeza e poder. Davi, por exemplo, era um jovem pastor de ovelhas, um sonhador que escrevia cânticos e tocava harpa – qualidades geralmente não procuradas quando você escolhe alguém para derrotar inimigos. No entanto, Deus o chamou não apenas para ser um homem de guerra mas também rei de todo o Israel. Por quê? Porque Davi tinha algo mais importante do que habilidade militar ou sangue real. Ele tinha fé em Deus.
Na época dos juízes, uma mulher chamada Débora tornou-se líder de Israel. Pelos nossos padrões, ela também era uma candidata improvável para essa tarefa tão relevante. A Bíblia fala pouco sobre suas credenciais, a não ser que era esposa e mãe (Jz 4.4; Jz 5.7), o que não a qualificava para dirigir um país. Porém, Débora tinha a mesma vantagem que Davi: ela tinha fé em Deus.


Numa época em que Israel andava aos tropeços e cada homem fazia aquilo que parecia certo aos seus próprios olhos (veja Jz 17.6; Jz 21.25), Deus escolheu uma mulher de grande fé que estava disposta a segui-lO em obediência.


As Escrituras dizem que Débora era uma profetisa, significando que Deus lhe falava e ela transmitia Sua Palavra ao povo. Ela era uma juíza, portanto, julgava as pessoas que vinham até ela para resolver suas contendas. Naturalmente, ela também era esposa e mãe.


Seu feito mais conhecido ocorreu quando os israelitas clamaram a Deus por libertação depois de vinte anos de opressão sob o jugo de Jabim, rei de Canaã. O poderoso Jabim tinha 900 carros de ferro e governava a partir de Hazor, no Norte de Israel. Débora, que vivia no Sul, fora de Jerusalém, nas regiões montanhosas de Efraim, convocou Baraque, da tribo de Naftali, da região de Hazor. Quando Baraque chegou, Débora corajosamente transmitiu-lhe o plano de Deus: “Porventura, o Senhor, Deus de Israel, não deu ordem, dizendo: Vai, e leva gente ao monte Tabor, e toma contigo dez mil homens dos filhos de Naftali e dos filhos de Zebulom? E farei ir a ti para o ribeiro Quisom a Sísera, comandante do exército de Jabim, com os seus carros e as suas tropas; e o darei nas tuas mãos” (Jz 4.6-7).


Baraque estava disposto a obedecer, mas insistiu que Débora fosse com ele. Ela concordou, porém disse a Baraque que assim ele cederia a uma mulher a honra de capturar Sísera.


Naquele dia Deus sustentou Israel, como Débora sabia que Ele faria. O Senhor enviou uma chuva torrencial que inundou o ribeiro Quisom e fez com que a armada aparentemente invencível de Sísera atolasse na lama. Este fugiu e foi engodado por Jael, outra mulher, que cravou uma estaca de tenda em sua cabeça e o matou. Dessa maneira, Deus libertou Israel.


Mais tarde, Débora escreveu um belo cântico (Jz 5) que exalta a Deus e revela muito sobre sua própria pessoa. Ela era uma mulher de profunda fé e grande discernimento espiritual. Havia avaliado a sombria situação de seu país com perspicácia (Jz 5.6-7), compreendeu o motivo da decadência (idolatria, v.8) e assumiu a responsabilidade pela nação (vv. 7,12). Ela tinha tanta autoridade que, quando convocou Baraque, ele veio imediatamente sem questionar sua autoridade ou suas instruções. Débora é a única mulher na Bíblia que não apenas governou Israel como também deu ordens militares a um homem, e isso com a bênção de Deus.


Quando ela mandava reunir as tropas, esperava que elas se apresentassem. Aos que ignoravam o chamado, ela amaldiçoava: “Amaldiçoai a Meroz, ...amaldiçoai duramente os seus moradores, porque não vieram em socorro do Senhor” (Jz 5.23). Débora provavelmente não conseguia entender por que esses combatentes de Israel tinham tão pouca fé em Deus.


Por um lado, Débora aparentava ser uma mulher “dura” no confronto, mas também parecia extremamente maternal. Somente uma mãe que se importa com seus filhos pensaria em descrever a mãe de Sísera aguardando ansiosamente que seu filho voltasse para casa, preocupada com sua demora em voltar da batalha (v.28).


É interessante observar que não há evidência bíblica de que Débora tenha usurpado a autoridade masculina. É triste dizer que, provavelmente, existia pouca autoridade masculina fiel a Deus naqueles dias. Israel estava em condição espiritual tão lamentável que Deus envergonhou a nação daqueles dias depositando o mais alto cargo de liderança nas mãos de uma mulher.


Hoje, vivendo em um mundo dirigido pelo sucesso e pelas realizações materiais, é fácil esquecer que Deus não deseja tanto as nossas habilidades, mas sim a nossa vontade, o nosso querer que vem da fé.


Podemos lembrar que a história das missões modernas está igualmente repleta de mulheres de grande fé a quem Deus colocou em posições de enorme responsabilidade. Nas selvas da Colômbia e da Venezuela, por mais de 50 anos, Sophie Müller implantou centenas de igrejas, até que o Senhor finalmente a levou em outubro de 1995. A sua autobiografia, publicada pela Missão Novas Tribos, é intitulada His Voice Shakes the Wilderness (A Voz de Deus Faz a Selva Estremecer).


Depois que Jim Elliot, Nate Saint e três outros missionários foram mortos no Equador pelas flechas dos índios Huaorani (Aucas) em 1956, duas mulheres os substituíram: Elisabeth Elliot, viúva de Jim, e Raquel Saint, irmã de Nate. A senhorita Saint ficou no Equador até sua morte em 1994, conduzindo os índios a Cristo, ensinando-os e ministrando-lhes a Palavra de Deus.


Baraque, sem dúvida, foi um ótimo militar, e seu nome está registrado em Hebreus 11 como homem de fé. Porém, ele mesmo teria capturado Sísera se tivesse confiado um pouco mais em Deus. Débora, por outro lado, era uma simples esposa e mãe, mas sua fé a tornou um vaso muito mais útil para o Senhor do que alguém poderia imaginar.


A Bíblia ensina que nosso tempo na terra é curto: “Que é a vossa vida? Sois, apenas, como neblina que aparece por instante e logo se dissipa” (Tg 4.14). Muitas pessoas podem abalar montanhas com suas credenciais e construir reinos com suas aptidões. Mas, no final, o que contará para a eternidade não será aquilo que realizamos com nossas habilidades, mas o que Deus fez através de nós por meio de nossa fé.
 
 
| Autor: Lorna Simcox | 
Divulgação: estudosgospel.com.br |

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Os Símbolos do Espirito Santo

João 1.32-34

INTRODUÇÃO

Deus nos fala hoje por meio da Sua Palavra escrita. É o Espírito falando na Palavra. E nela encontramos muitas figuras de linguagem: metáforas, símiles, símbolos, tipos, parábolas, alegorias e emblemas. Todas essas figuras são utilizadas por Deus, o Espírito Santo, para nos comunicar a Sua vontade. A pessoa e a obra do Espírito são ilustradas pelas figuras bíblicas.

Hoje vamos estudar sete símbolos ou metáforas que estão relacionados à pessoa do Espírito Santo.


1. POMBA

A pomba é o primeiro símbolo do Espírito Santo que encontramos no Novo Testamento. Foi quando João Batista batizou Jesus: E João testemunhou, dizendo: Vi o Espírito descer do céu como pomba e pousar sobre ele. Eu não o conhecia; aquele, porém, que me enviou a batizar com água me disse: Aquele sobre quem vires descer e pousar o Espírito, esse é o que batiza com o Espírito Santo (Jo 1.32-33). Temos uma manifestação da Trindade, quando o Espírito é comparado a uma pomba.

A pomba é um dos mais velhos amigos do homem. A primeira menção que se faz da pomba na Bíblia é em Gn.8.8,10,12. Noé soltou esta ave com o fim de saber quanto tinham baixado as águas do dilúvio.


As pombas são classificadas por Moisés entre os animais limpos, e sempre foram aves da mais alta estima nas nações orientais (Lv 11). As pombas poderiam ser usadas nos sacrifícios levíticos, principalmente pelos pobres (Lv 1.14). Foi nestas condições que Maria ofereceu ‘um par de rolas ou dois pombinhos’, depois do nascimento de Cristo (Lv 12.8; Lc 2.22-24).

É importante destacar que aves aparecem na Bíblia como figuras de espíritos demoníacos (Mt 13.4,19; Ap 18.2).

Quais os significados da pomba que podem ser aplicados ao Espírito Santo?

A pomba é mencionada como símbolo de simplicidade, de inocência, gentileza, afeição e fidelidade (Os 7.11; Mt. 10.16). A pomba pode ser facilmente incomodada (Ef 4.30).

Ron Crisp destaca dois textos da Bíblia:


A) Gênesis 1.2, pois o Espírito é visto afagando a criação como um pássaro sobre o seu ninho.

B) Gênesis 8.6-12, uma pomba é solta da arca por Noé. Aqui encontramos pelo menos duas figuras do Espírito Santo. A pomba, não é como o corvo (Lv 11.15), recusou-se a continuar do lado de fora da arca, onde nenhum lugar limpo podia ser encontrado. O Espírito, obviamente, só habita naqueles que têm sido lavados pelo sangue de Cristo. A pomba trouxe de volta uma folha de oliveira como um sinal de esperança para aqueles que estavam na arca. Isso prefigura o Espírito que traz a segurança da salvação para os que estão em Cristo.

A pomba, por causa do seu senso de direção, sempre foi utilizada como mensageira (pombo-correio). O Espírito Santo é quem nos revela ou nos dá entendimento e discernimento espiritual das coisas de Deus (1 Co 2.10).


2. ÁGUA

A água é outro símbolo do Espírito Santo que se aplica principalmente à doutrina da salvação. É Jesus quem fala da salvação como beber água: "aquele, porém, que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede; pelo contrário, a água que eu lhe der será nele uma fonte a jorrar para a vida eterna" (Jo 4.14). O Espírito Santo, ao habitar no crente, é esta fonte a jorrar para a vida eterna. É Ele que opera e mantém a vida eterna (Jo 7.37-39).

A água é necessária para limpeza e purificação. No Antigo Testamento era utilizada como símbolo de purificação dos sacerdotes (Êx 29.4; Lv 8.6). Ezequiel fala da água como instrumento de purificação interior e a relaciona com a regeneração produzida pelo Espírito Santo (Ez 36.25-27).


É o Espírito quem limpa nossos corações na regeneração e continua nos purificando durante o nosso processo de santificação (Tt 3.5; 1 Jo 1.9).


3. VENTO

O vento é um símbolo da presença do Espírito Santo (Ez 37.9,13; Jo 3.8; At 2.2).

Jesus Cristo comparou a obra do Espírito à ação do vento, quando disse a Nicodemos: O vento sopra onde quer, ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo o que é nascido do Espírito (Jo 3.8). Após a sua ressurreição, Jesus soprou sobre os seus discípulos e disse: "Recebei o Espírito Santo" (Jo 20.22).


Algumas lições práticas:

A. Assim como o vento é invisível na sua ação, o Espírito age de forma invisível no coração humano (Jo 3.8).

B. Assim como o vento é incontrolável na sua força e imprevisível na sua ação, o Espírito é irresistível e soberano na Sua ação (Jo 3.8; At 2.2).

C. Assim como o vento move um barco a velas, o Espírito de Deus moveu aqueles que escreveram as Escrituras (2 Pe 1.21).


4. FOGO

O fogo na Bíblia, possui diversos significados, mas principalmente para simbolizar a presença de Deus (Êx 3.2; 13.21). O nosso Deus é fogo consumidor (Hb 12.29). O fogo é um sinal da aprovação de Deus (2 Cr 7.1), da proteção de Deus (Zc 2.5), da purificação divina (Ml 3.3), do juízo de Deus (Lv 10.2).

O fogo é um emblema do Espírito Santo (Mt 3.11). Em Apocalipse, o Espírito é comparado a "sete tochas de fogo" que ardem diante do trono de Deus (Ap 4.5). Em Atos 2.3, na descida do Espírito Santo (Pentecostes), vemos que o fogo era um sinal da presença do Espírito. 0 Espírito é o fogo que aquece, ilumina, purifica e fornece energia ao povo de Deus.


5. ÓLEO

A principal fonte de óleo ou azeite entre os judeus era a oliveira. A "oferta de manjares", prescrita pela Lei, era misturada ao óleo (Lv 2.4,7,15; 8.26,31; Nm 7.19; Dt 12.17-32).


O azeite estava incluído: Entre as ofertas de primeiros frutos (Êx 22.29 – 23.16) e o seu dízimo era obrigatório (Dt 12.17; 2 Cr 31.5). O óleo era usado para iluminação (Êx 25.6; 27.20-21; Zc 4.3,12), na consagração dos sacerdotes (Êx 29.2,23; Lv 6.15,21), no sacrifício diário (Êx 29.40), na purificação do leproso (Lv 14.10-28), e no complemento do voto dos nazireus (Nm 6.15). Certas ofertas deviam efetuar-se sem aquele óleo, como, por exemplo, as que eram feitas para expiação do pecado (Lv 5.11) e por causa de ciúmes (Nm 5.15).

Nos banquetes havia o costume de ungir os hóspedes – os criados ungiam a cabeça de cada um na ocasião em que tomavam o seu lugar à mesa (Dt 28.40; Rt 3.3; Lc 7.46). O azeite indicava alegria, ao passo que a falta denunciava tristeza ou humilhação (Is 61.3; Jl 2.19; Ap 6.6).


Assim como o óleo era usado para a cura, o conforto, a iluminação e a unção, com propósitos específicos, o Espírito Santo cura, conforta, ilumina e unge ou consagra o crente (1 Jo 1.27-29; 2 Co 1.21-22; Tg 5.14).


6. SELO

A figura do selo aparece três vezes no Novo Testamento (2 Co 1.21-22; Ef 1.13; 4.30).

Quais são as funções e propósitos normais de um selo? O que ele significa? O selo tem três funções básicas: a) autenticação de um documento; b) propriedade ou posse; c) proteção ou inviolabilidade.


Todo crente foi convertido e é habitado pelo Espírito Santo. Se a pessoa não tem o Espírito Santo é porque não foi convertido (Rm 8.9; 1 Co 6.19-20). O selo do Espírito indica que o cristão é propriedade de Deus (Ef 1.13; 1 Pe 2.9), é protegido espiritualmente por Deus (1 Jo 5.18-19).
 
7. PENHOR
O Espírito Santo é comparado também ao "penhor" (Ef 1.14).

Um penhor é uma parte do preço que se paga por alguma coisa, como garantia do pagamento final. É uma fiança. O Espírito Santo nos foi outorgado no dia da nossa conversão e a sua presença em nós é uma garantia da nossa redenção final (Rm 8.23; Fp 1.6).
A pomba, a água, o vento, o fogo, o óleo, o selo e o penhor são as principais metáforas bíblicas que revelam a pessoa e o ministério do Espírito Santo. Elas nos ensinam que o Espírito Santo nos revela a Cristo, regenerando-nos de forma soberana, purificando-nos, ungindo-nos, comparando-nos e garantindo-nos um futuro mais feliz.

| Autor: Pastor Josias Moura |
Divulgação: estudosgospel.com.br |

domingo, 11 de novembro de 2012

Já Estou Crucificado Com Cristo

“Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim.” ( Gl 2.19-20).

Uma alma deformada tem um caráter deformado. Isso produz a triste figura de um cristão que tem a vida dominada pelo inimigo. Uma pessoa assim, por ser negativa em suas emoções, vive acusando os outros.
Se irrita com tudo e com todos, se altera por pouca coisa, e só não se incomoda com os próprios erros. E, por fim, ela se recolhe ofendida a um canto, aborrecida… e o inferno dá gargalhadas, pois esse foi mais um que poderia ter sido usado maravilhosamente pelo Senhor, mas foi paralisado pelo inimigo.

Pessoas assim muitas vezes têm muitos dons e teriam condições de ser algo maravilhoso para o louvor da gloriosa graça de Deus. Mas em seus corações não existe mais espaço para outros.


Quanto mais esse caráter impulsionado pelas emoções estiver deformado, menor será seu raio de ação espiritual. Por isso, volte para o ponto de partida! Em outras palavras: volte para a posição de estar crucificado com Jesus.

Aquele que interiormente chegou à estaca zero tem espaço dentro de si para a total e completa vitória de Jesus. Aquele que leva a sério, até às últimas conseqüências, as palavras de Jesus:“Eis aí vos dei autoridade… sobre todo o poder do inimigo”, também tem vitória em todas as outras áreas.

O apóstolo Paulo, chamado por decreto do Altíssimo (At 9.16), na carta aos Gálatas 2.20, expressou todo seu sentimento ao Salvador, dizendo: Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, e na fé do Filho de Deus, o qual me amou e se entregou a si mesmo por mim.


A vontade de Jesus Cristo sempre esteve e sempre estará em perfeita harmonia com a vontade do Espírito Santo e a vontade do Pai (Mt 6:10; Jo 4:34; Jo 10:30; 1 Jo 5:7). Dessa forma, Paulo nos afirma que o fato de Cristo viver nele implica na verdade de viver para fazer a vontade de Cristo.

A pergunta crucial nesse momento é: Você já foi crucificado com Cristo?

Se a resposta é sim, então você pode ter a plena certeza que irá percorrer o mesmo caminho que Cristo e estará no mesmo destino que Ele.

Se a resposta é não, então você tem em que pensar, e está tendo o momento para fazer sua decisão. Você pode fazer uma oração pedindo para que Jesus Cristo venha habitar em seu coração, e então, o Espírito Santo fará a obra em sua vida.


A segunda pergunta crucial, é para você que já foi crucificado com Cristo. Para você que já convidou Jesus para entrar em seu coração: Cristo está vivendo realmente em você?

Você está com uma vida de oração, sempre procurando a vontade do Pai, sempre buscando agradar o Espírito Santo que habita em você, dando-Lhe liberdade para agir e direcionar seus atos? Ou você tem mantido o Espírito Santo aprisionado em seu corpo de pecado, enclausurando-O numa prisão, detendo-O numa masmorra, impedindo que Ele se manifeste em sua vida, entristecendo-O com seus pecados, esquecendo-O completamente em seu dia-dia, e colocando um véu negro sobre a Luz que deveria brilhar em sua vida?


Lembre-se da segurança e convicção que o apóstolo Paulo demonstrou ao afirmar: “Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é lucro.” (Fp 1:21). Paulo afirma com a mais absoluta certeza que se viesse a morrer estaria tendo lucro, sairia na vantagem. Mas por que morrer seria lucro? Porque ele sabia para onde iria.

Ele tinha confiança plena nas promessas de Deus. Ele desejava que Jesus viesse a qualquer momento, e esse desejo era ardente e contínuo. Por isso sabia que seria galardoado (2 Tm 4:8). Paulo sabia que se partisse dessa terra ele não apenas receberia galardões, mas estaria face a face com seu Salvador.


Finalmente iria abraçar Jesus, iria tocar em Jesus, iria beijar Jesus, estaria com Jesus por toda a eternidade. Paulo desejava isso ardentemente, porque deixou que o Espírito Santo tivesse plena liberdade para agir em sua vida.

O que fora ratificado no capitulo 5.24 da mesma carta, onde a palavra revela que, os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências, no que vem a sustentação em Romanos 6.4-6, onde a palavra exorta: De sorte que fomos sepultados com Ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo ressuscitou dos mortos pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida.

Porque, se fomos plantados juntamente com ele na semelhança da sua morte, também o seremos na da sua ressurreição; sabendo isto: que o nosso velho homem foi com Ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, a fim de que não sirvamos mais ao pecado. E no Evangelho de Marcos 8.34, Jesus, chamando a si a multidão, com os seus discípulos, disse-lhes: Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome a sua cruz, e siga-me.

E os que trazem o rótulo de crente precisam acorda para a ordenança do Senhor Jesus, o qual preceituou: Negue-se a si mesmo, e tome a sua cruz, e siga-me. Esta é a ordenança do Senhor, negar-se a si mesmo e cumprir em vosso corpo mortal o resto das suas aflições, porque Ele nos encorajou dizendo: Bem-aventurados sois vós quando vos injuriarem, e perseguirem, e, mentindo, disserem todo o mal contra vós, por minha causa.

Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós (Mt 5.11,12).


E a primeira carta de Pedro 4.13, diz: Assim também, deveis vos alegrar no fato de serdes participantes das aflições de Cristo, para que também na revelação da sua glória vos regozijeis e alegreis com Ele.

E Fp 4.6,7 relata: Não estejais inquietos por coisa alguma, antes as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e súplicas, com ação de Graça, e a paz de Deus que excede a todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo.


O LEGADO DOS HOMENS SANTOS DE DEUS

Os homens santos de Deus nos deixaram exemplos e verdadeiros testemunhos de fé, coragem e amor ao Santo nome do Senhor Jesus, porque verdadeiramente estavam debaixo da cruz de Cristo, cumprindo o resto das aflições do nosso Salvador, para que também, nós os imitamos em todo bom modo de viver em Cristo Jesus, o qual, por amor ao homem, ainda que pecador, entregou a si mesmo em sacrifício vivo, para libertá-lo do pecado e da morte.

Estevão, servo do Altíssimo, cheio de fé e unção do Espírito Santo, viu o Céu aberto, e o Filho à direita do Pai, por isso não temeu e nem recuou padecer até a morte, porque trazia consigo a certeza da recompensa da salvação e da glória futura.

O livro de Atos 5.40, 41, narra que os apóstolos, após prisões e açoites, regozijavam em Cristo, por terem sidos julgados dignos de padecer pelo seu nome.

Paulo e Silas sendo agredidos com muitos açoites, os lançaram na prisão, mandando ao carcereiro que os guardasse com segurança, os lançou no cárcere interior e lhes acorrentou também os pés no tronco. Perto da meia-noite, oravam e cantavam hinos a Deus, e os outros presos os escutavam.

Uma pausa para refletirmos na profundidade da fé desses homens de Deus. Depois dos açoites, e no cárcere, com os pés acorrentados, sem saber o que ainda havia de lhes suceder, não se deixaram abater, antes se alegraram, cantavam e glorificavam o nome do Senhor.

E, de repente, sobreveio um tão grande terremoto, que os alicerces do cárcere se moveram, e logo se abriram todas as portas, e foram soltas as prisões de todos.

E anunciaram a Jesus ao carcereiro e sua família, e na sua crença em Deus, alegrou-se com toda a sua casa (Ato 16.22-34).

A Palavra narra ainda que sendo revelado a Paulo que ao chegar em Jerusalém seria preso e entregue nas mãos dos gentios, os seus seguidores começaram a implorar para que não fosse a aquela cidade, mas Paulo, cheio do Espírito Santo de Deus, lhes respondeu: Que fazeis vós, chorando e magoando-me o coração? Porque eu estou pronto não só a ser preso, mas ainda a morrer em Jerusalém pelo nome do Senhor Jesus (Atos 21.10-14).

E o capítulo 12 do livro de Atos conta que naquele mesmo tempo, o rei Herodes estendeu as mãos sobre alguns da igreja para maltratá-los; e matou a espada Tiago, irmão de João. E, vendo que isso agradara aos judeus, continuou, mandando prender também a Pedro.

E, havendo-o prendido, o encerrou na prisão, entregando-o a quatro quaternos de soldados, para que o guardassem, querendo apresentá-lo ao povo depois da Páscoa.

E, nessa mesma noite, estava Pedro dormindo entre dois soldados, preso com duas correntes, e os guardas diante da porta guardavam a prisão. E eis que sobreveio um anjo do Senhor, e o livrou do cárcere, porque a igreja fazia contínua oração por ele, a Deus, enquanto estava guardado na prisão.

Esses foram apenas alguns dos inúmeros episódios envolvendo os homens santos de Deus, e a palavra registra esses acontecimentos para que não desfalecemos nas tribulações, e para que se confirme a palavra do Senhor Jesus, o qual disse: Tenho-vos dito isso, para que em mim tenhais paz; No mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo (João 16.31).


E você meu amado irmão, que também é compromissado com o Evangelho de Cristo, está preparado para fazer a obra do Senhor conforme o legado dos Apóstolos e a ordenança da palavra para imitá-los (I Co 11.1, Efésios 5.1), ou é um dos que anunciam apenas o evangelho da prosperidade, o qual arruína a verdade bíblica, entretanto, prioriza a prosperidade material, pregando que Jesus veio ao mundo para que o crente sendo fiel nos dízimos e ofertas tem o direito perante a Deus em viver uma vida regada de mordomia, com bom emprego, moradia de alto padrão, carros novos, imune as enfermidades, resguardado aos desajustes sociais e familiar, enfim, viver o paraíso aqui na terra mesmo, confrontando a palavra do Senhor Jesus o qual declarou: No mundo tereis aflições(Jo 16.33).

Porquanto, aconselhamos aos irmãos a não acreditar na palavra do homem, mas examinar tudo e buscar a confirmação na palavra do Senhor, no Novo Testamento, o qual foi escrito com o sangue do Senhor Jesus Cristo (Mt 26.28), porque os que estão crucificados com Cristo guardam os seus mandamentos e procuram fazer a sua vontade, e não andam por aí buscando o alheio e falsificando a palavra de Deus.
 
Porque o maior tesouro para os que esperam pela vinda de Cristo não está no presente século (o mundo não tem nada a oferecer para o povo de Deus), mas nos dias vindouros, na esperança de viver eternamente com Jesus Cristo e os seus santos anjos, na Nova Jerusalém, uma cidade edificada toda em ouro e tomada pela glória do Deus Pai, num lugar onde não haverá mais morte, nem pranto, nem dor, e nem clamor, porque as primeiras coisas já se passaram.

A CONFIANÇA EM DEUS E A RENÚNCIA ÀS COISAS MATERIAS Paulo disse: Sede meus imitadores como eu sou de Cristo: E se imitarmos a Paulo, estamos imitando a Cristo, porque ele foi um autêntico imitador do nosso Salvador, em toda sua boa maneira de viver, o qual deixou o seu testemunho, assim descrito:

Já aprendi a contentar-me com o que tenho. Sei estar abatido e sei também ter abundância; em toda a maneira e em todas as coisas, estou instruído, tanto a ter fartura como a ter fome, tanto a ter abundância como a padecer necessidade.
Posso todas as coisas naquele que me fortalece. E o meu Deus, segundo as suas riquezas, suprirá todas as vossas necessidades em glória, por Cristo Jesus (Fp 4.11-13, 19).

Porque se Deus é por nós, quem será contra nós? Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus? Quem os condenará? Pois é Cristo quem morreu ou, antes, quem ressuscitou dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós.

Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada? Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou.

Porque estou certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor (Rm 8.31-39).

Disse Jesus: Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna (Jo 3.16).

E por esse feito, por parte do Pai e do Filho, não há razão alguma para se desesperar diante das tribulações.

Jesus, pelo seu próprio sangue venceu o mundo na cruz do calvário, levou sobre si as nossas dores, porque o castigo que nos traz a paz estava sobre Ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.

Ele ainda nos encoraja a confiar nele, e chama para si toda responsabilidade de nos dar a paz, dizendo: vinde a mim todos os que estais cansados e oprimidos e eu vos aliviarei (Mt 11.28).

Portanto amados, não há nada a temer, porque a palavra do Senhor na primeira carta aos Coríntios 10.13 nos fortalece espiritualmente para que sejamos confiantes, porque assim está escrito:Não veio sobre vós tentação, senão humana; mas fiel é Deus, que não vos deixará tentar acima do que podeis; antes, com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar.

Porém, os que são de Cristo, renunciam o pecado e a obra da carne, porque com Ele estão crucificados, e trazem sobre si o testemunho de fé, humildade e amor ao Pai acima de todas as coisas, e também amam ao próximo, como a si mesmo.

Andam como Ele andou, e deixou em si mesmo o maior testemunho de humildade, bondade e santidade, para que o imitamos em sua perfeição.

Que Deus nos abençoe e nos guarde em nome de Jesus, amém!

Autor: Jânio Santos de Oliveira
 

O Ensino Bíblico Sobre a Profecia - Parte 3

A profecia em si, sua aplicação e o alerta divino aos Seus profetas

O termo profecia no Antigo Testamento vem de um verbo hebraico (naba) que significa basicamente anunciar, declarar. Daí, profetizar é “anunciar a mensagem de Deus”.

No Novo Testamento, profetizar vem do verbo grego profetéia, que significa basicamente falar em lugar de ou em nome de (pro = em favor, em lugar de; phemi = falar). Profeta é, pois, alguém que fala por outrem (como em Êxodo 7.1, e Ezequiel 3.17 e 33.7).

Como já vimos, os dois propósitos da profecia são testificar de Jesus (Ap 19.10) e revelar a vontade de Deus entre os homens.

As duas categorias gerais da profecia são a proclamativa e a preditiva.

A profecia proclamativa é também chamada declarativa, locutiva ou não-preditiva. O conteúdo da profecia proclamativa pode ser mensagens de exortação, admoestação, ânimo, estímulo, encorajamento, aprovação, promessa, ameaças, aviso, advertência, reprovação, censura, sentença, correção, castigo, julgamento, consolo e conforto.

A profecia preditiva, por sua vez, pode ser literal ou tipológica.

A profecia preditiva pode concernir a casos isolados (pessoa, cidade, nação etc) ou pode ser apocalíptica (futurista), podendo ser constituída de casos isolados ou encadeados em conjunto.

Quando a profecia preditiva é tipológica, ela utiliza muito tipos, símbolos, figuras e alegorias. Um exemplo é o capítulo 23 de Leviticos.

Aplicação da profecia

Certas profecias têm duas formas de cumprimento: um imediato, para a época do profeta; e outro de cumprimento remoto, para dias e épocas futuras. É a chamada “dupla perspectiva profética”. O estudante das profecias precisa discernir bem isso, para evitar confusão, especulação e violência à Palavra de Deus.

Alerta de Deus quanto aos Seus profetas

Salmos 105.15 e 1 Crônicas 16.22 trazem uma advertência divina quanto ao tratamento dos profetas de Deus: “Não toqueis nos meus ungidos e não maltrateis os meus profetas”.

Por outro lado, infelizmente, sempre houve e haverá falsos profetas e falsos mestres entre o povo de Deus (2Pd 2.1 e Mt 24.11). Os profetas e os líderes do povo de Deus do Antigo Testamento tiveram duras refregas com os falsos profetas (Lc 6.26). O mesmo ocorreu com os líderes do povo de Deus no Novo Testamento, principalmente Paulo (At 13.6; 2Co 11.13,26; Gl 2.4; 1Jo 4.1 e Mt 7.15). Algumas passagens igualmente importantes para reflexão sobre esse assunto são Jeremias 14.14-15, 23.21 e Mateus 7.22.

Alguns dos falsos profetas nominados na Bíblia são Balaão (Nm 22.5; 31.8,16; Js 13.22; Ne 13.2; Jd v11 e Ap 2.14), Barjesus (At 13.6), Jezabel (Ap 2.20), Noadia (mulher) (Ne 6.4), Zedequias, filho de Quenaana (1Rs 22.11-12) e os 450 profetas de Baal e 400 profetas de Asera (1Rs 18.19).


| Autor: Pastor Antonio Gilberto |
Divulgação: EstudosGospel.Com.BR |

sábado, 10 de novembro de 2012

INJUSTIÇADOS E ENVERGONHADOS


PERSEVERANÇA FRENTE AS INJUSTIÇAS

NÃO TENHA VERGONHA DE ANDAR NO EVANGELHO.

“ “ 1 Reis 18

Não reclame e nem se entristeça mesmo quando enfrentam contratempos e tragédias, às quais todos nós estamos sujeitos pelo mundo a fora, sendo cristãos ou não. Deus mantém seguros e firmes todos aqueles que lhe são fiéis.

 

Se pelo nome de Cristo sois vituperados, bem-aventurados sois, porque sobre vós repousa o Espírito da glória e de Deus; quanto a eles, é ele, sim, blasfemado, mas quanto a vós, é glorificado.” 1 Pedro 4:14

Caso esteja sendo injustiçado e envergonhado por já ter aceito e por caminhar em Cristo, não se irrite, pois já possui a benção do Espirito Santo em sua vida e já é glorificado por ela, tanto aqui, como na eternidade.

 

Porém eu conheço o teu assentar, e o teu sair, e o teu entrar, e o teu furor contra mim. Por causa do teu furor contra mim, e porque a tua arrogância subiu até aos meus ouvidos, portanto porei o meu anzol no teu nariz e o meu freio nos teus lábios, e te farei voltar pelo caminho por onde vieste. E isto te será por sinal: Este ano se comerá o que espontaneamente nascer, e no segundo ano o que daí proceder; porém no terceiro ano semeai e segai, e plantai vinhas, e comei os frutos delas.” Isaías 37:28-30

Algumas pessoas ainda teimam em manter-se em furor contra Deus, elas tem raiva de Deus, mas a arrogância delas também já subiu até o trono de Deus. Lembre-se: haverá o Juízo Final e deste não escaparemos.

 

Confia no SENHOR e faze o bem; habitarás na terra, e verdadeiramente serás alimentado.” Salmos 37:3

 

Mesmo permanecendo injuriado, mantenha-se confiante no Senhor, alegre-se nEle e nem pense em fazer o mal !!! Deus concede o que deseja o nosso coração.

 

E as quatro mesas para o holocausto eram de pedras lavradas; o comprimento era de um côvado e meio, e a largura de um côvado e meio, e a altura de um côvado; e sobre elas se punham os instrumentos com que imolavam o holocausto e o sacrifício.” Ezequiel 40:42

Trabalhe mais nas revelações que Deus lhe concedeu, até que você esteja plenamente seguro delas.

 

E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder.“ Lucas 24:49

1.     Aguarde no Senhor a direção de Ele dará.

 

Mas o SENHOR, que vos fez subir da terra do Egito com grande força e com braço estendido, a este temereis, e a ele vos inclinareis e a ele sacrificareis.” 2 Reis 17:36

2.     Não faça o que te der na cabeça.

 

E isto te será por sinal: Este ano se comerá o que espontaneamente nascer, e no segundo ano o que daí proceder; porém no terceiro ano semeai e segai, e plantai vinhas, e comei os frutos delas.” Isaías 37:30

3.     Deus fará com que nasça espontaneamente uma oportunidade que você busca na sua vida.

 

Mas ai de vós, fariseus, que dizimais a hortelã, e a arruda, e toda a hortaliça, e desprezais o juízo e o amor de Deus. Importava fazer estas coisas, e não deixar as outras.” ucas 11:42

 

Fariseu representa aquele sem sinceridade para com Deus, aquele que só aparenta santidade.

Juízo é a própria aparição de Deus.

Amor de Deus é o ato de justiça para nos salvar e realizar o Seu Plano em nossas vidas.

 

Eu bem quisera agora estar presente convosco, e mudar a minha voz; porque estou perplexo a vosso respeito.” Gálatas 4:20

 

Não permita mais que as injustiças e que o envergonhamento que muitos insistem em fazer o torne e mantenha inconstante na Palavra de Deus.

 

Mantenha-se olhando para o nosso Criador e volte ao Evangelho  correndo!!!

Em Nome de Jesus.

 

Mônica Gazzarrini

 

“Jesus Cristo é o Senhor”

Pecar é Omitir-se. Será?

Este é o momento em que o mais desatento dos leitores desta série deverá ser capaz de me acusar de parcialidade, porque terá percebido que estou falando o tempo todo em espírito subversivo, em comunidade inclusiva e mudar o mundo, e não reservei qualquer espaço ou qualquer ênfase para falar de pecado ou de condenação (que é sua consorte) ou de salvação (que é o seu algoz). Quem me acompanhou até aqui poderá ter a impressão de que a boa nova que encontro nos evangelhos e neste livro de Atos apregoa menos uma religião a ser adotada (ou uma salvação a ser apropriada) do que um movimento revolucionário, com conotações vagamente hippies, cuja imoderada ambição é derrubar preconceitos, desarmar impérios e corrigir desigualdades ancestrais tendo um sonho por capacete e uma flor por espada. Meu leitor poderá pensar que vejo o cristianismo deste primeiro século como uma conspiração radical e pacífica, soprada do céu mas com consequências muito práticas e exigentes neste nosso mundo; um movimento humanitário e humanizador cuja marca mais visível e consistente era a promoção de toda sorte de inusitada reforma social, tendo em vista a criação de uma nova e radicalmente inclusiva estirpe de comunidade, pelo uso indiscriminado e intransigente da (sempre perigosa) ferramenta da paz e do amor. Poderá concluir que é mais ou menos isso que, na minha visão, Jesus entendia por reino de Deus.
E pensando assim não estará muito longe da verdade.
Porém mesmo quem se mostrou capaz de concordar comigo que para Lucas arrepender-se é mudar o mundo pela via da inclusão social (e não, como costumamos pensar, “abandonar o pecado” em qualquer sentido convencional) pode não resistir à indelicadeza de me lembrar que o batismo, tanto no livro de Atos quanto no evangelho do mesmo autor, é declaradamente administrado “tendo em vista a absolvição dos pecados”.
É precisamente o que Pedro acaba de dizer em sua resposta exemplar aos romeiros do Pentecostes (Atos 2:38), e é assim que Lucas descreve o batismo administrado por João durante o seu ministério (Lucas 1:77, 3:3). Não há como escapar que, para o autor de Lucas-Atos, o batismo (quer entendido como mergulho na água, na comunidade dos discípulos ou no espírito de Jesus), possibilitava por si mesmo o resgate ou absolvição dos pecados – ou estava, pelo menos, irreparavelmente associado a esse indulto.
Como que para reforçar essa vitória final sobre a transgressão e o ingresso num novo modo de vida (movimento duplo que, afinal de contas, consiste na leitura usual que fazemos do batismo), Pedro conclui sua resposta exemplar com essa mesma ênfase no pecado: “salvai-vos desta geração perversa” (v. 40).
Não estarei então, com essa história de paz e amor e de reforma social, sendo culpado de dourar a pílula e de minimizar as ênfases dos apóstolos na necessidade de uma nova vida de pureza não apenas social mas pessoal (ou, para chutar o pau da barraca, já que é nisso que estamos sempre pensando, pureza sexual)?
Quando Lucas fala em “remissão dos pecados”, de que pecados estamos falando?
Podemos, sem forçar nem um pouco a mão, supor que nos versos acima a “remissão (ou absolvição) dos pecados” refere-se a toda sorte de transgressões – das mais ligeiras às mais severas, das mais enraizadas às mais recentes, das mais distraídas às mais fogosas; podemos ainda, como fizemos há alguns parágrafos, supor que incluía tanto as faltas que podiam ser canceladas pela apresentação de sacrifícios quanto aquelas que nenhuma oferta podia apagar.
Porém não temos como saber ao certo, porque ninguém nos evangelhos ou no livro de Atos rebaixa-se a fazer uma lista de pecados ou a dividi-los em classes ou categorias. Fomos nós que mais tarde nos alçamos a preencher essa lacuna e empreendemos uma temerária tabulação (e talvez não exista pecado maior).
Isso não quer dizer, no entanto, que não haja indicação muito clara, nos evangelhos, de quais são na visão de Jesus e de João Batista os pecados mais condenáveis – porque temos de supor que as faltas que mais frequentemente reprovam representam para eles também os pecados mais graves. E, para surpresa e embaraço dos que se afirmam representantes legítimos da sua herança, os pecados que Jesus e seu precursor consistentemente denunciam não são aqueles que chamamos “da carne” – a promiscuidade, o adultério, a luxúria, a gula, a embriaguez e suas criativas e embraçosas variações, – nem os pecados que classificamos como espirituais – a idolatria, a incredulidade, a impenitência e seus et ceteras.
Para Jesus, nossas faltas mais graves são justamente os nossos pecados mais frequentes e mais públicos – e também os mais invisíveis, aqueles que precisamos de uma epifania, uma poderosa e inclemente intervenção exterior, para sermos capazes de enxergar. Porque para ele os pecados realmente graves não são os que promovem as distrações da carne ou as atrofias da irreligião, mas os que dizem respeito às relações entre as pessoas. Pecar não é rebaixar-se ao sensorial ou negar-se a dobrar-se à devida evidência; pecar é recusar-se a ser como Deus, e recusar-se a ser como ele é recusar-se a oferecer indiscriminadamente a misericórdia. Pecar é sonegar um abraço, um curativo e um lugar à mesa.
O incrível é que essa sua opinião seja endossada sem ressalvas por ninguém menos que João Batista, o asceta e o outsider, o profeta que pelo que sabemos não conheceu o abraço sexual, que se vestia de pelos de camelo, vivia monasticamente no deserto e recusava-se a se alimentar do que não lhe fosse entregue sem intermediários pela natureza. Como vimos há pouco, o próprio João Batista, embora mantivesse a sua sob controle, recusava-se a imprimir qualquer ênfase sobre os pecados da carne; os frutos do arrependimento que ele reconhece e recomenda dizem todos respeito à aplicação da misericórdia e da justiça na relação entre as pessoas1.
No Novo Testamento o pecado a ser abandonado, perdoado e corrigido está invariavelmente ligado à qualidade da nossa relação com o outro. Abandonar o pecado (ou, alternativamente, “vencer a carne”) é adotar um modo de vida e de pensar justo e igualitário, e talvez nenhum outro evangelista se esforce para deixar isso mais claro do que o autor de Lucas-Atos.
Já vimos que a questão da generosidade e da distribuição igualitária de recursos está no cerne da parábola do rico e do Lázaro (Lucas 16:19-31). Mas a inclusividade e a misericórdia são também as lições de outra parábola peculiar a Lucas, a história do bom samaritano (10:33-36). Tecnicamente o levita e o sacerdote não cometeram pecado algum passando ao largo do homem ferido na estrada; ao contrário, não seria fora de tom, naquele tempo, elogiar o zelo dos dois em manter a pureza ritual e, consequentemente, sua aptidão para participar do culto no Templo. Ao apresentar a generosidade sem critério e sem medida do samaritano que passou em seguida, Jesus está explicando (a seu modo sempre transversal) que o pecado dos dois primeiros não foi, incrivelmente, de natureza positiva, mas negativa. Ambos se tornaram condenáveis não por algo que fizeram, mas por algo que deixaram de fazer. Seu pecado foi omitirem-se.

Essa preocupação com a correção das injustiças sociais é um dos temas centrais da doutrina de Lucas. Como vimos, é apenas Lucas que explica que os frutos do arrependimento são demonstrações de generosidade e justiça. É apenas Lucas que faz Jesus dizer aos discípulos (e não apenas ao jovem rico) “vendam o que possuem e dêem como esmola” (12:33). A inclusividade e a misericórdia são ainda a chave da parábola (também peculiar a Lucas) do filho pródigo (15:11-32). É apenas Lucas que conta a história de Zaqueu (19:1-10), que viu a face da salvação no dia em que decidiu restituir as injustiças econômicas que havia imposto aos submetidos à sua influência. E, como estamos prestes a ver, esta ênfase humanitária e igualitária se estenderá muito inequicamente livro de Atos adentro.
E, embora seja Lucas a escancarar o tema, será preciso lembrar que este assunto e esta ênfase não são de modo alguma exclusividade sua. Para levantar um único e espetacular exemplo, basta lembrar a última porção (25:31-46) do último discurso público de Jesus registrado no evangelho de Mateus. Aqui o rabi de Nazaré está muito declaradamente separando ovelhas de bodes: a triagem final está sendo feita entre os que serão admitidos no paraíso e os que serão lançados sem trâmite no inferno. E, inacreditavelmente, na opinião de Jesus os pecados que merecem o inferno não são, nenhum deles, convencionais ou positivos. Neste que é o último momento e definitivo momento, o filho do Homem (e portanto o próprio Deus) não reserva uma palavra de condenação para os idólatras, os apóstatas, os adúlteros, os lascivos e os incrédulos. Escandalosamente, na cena final os condenados não são os que fizeram o que não era permitido, mas os que deixaram de fazer o bem ao próximo – “porque tive fome, e não me destes de comer; tive sede, e não me destes de beber; era forasteiro, e não me acolhestes; estava nu, e não me vestistes; enfermo, e na prisão, e não me visitastes”.
A última mensagem de Jesus na narrativa de Mateus é, portanto, a mesma tão calorosamente avançada por Lucas ao longo do seu próprio evangelho e da sua continuação. Para nós a reviravolta reside em que, ao contrário de tudo que a tradição cristã levou-nos a pensar nos séculos que nos separam dos dias do Filho do Homem, pecar não é fazer o proibido: pecar é omitir-se. “Sempre que o deixaste de fazer a um destes mais pequeninos, deixastes de o fazer a mim”.
E ele não hesita em pontuar singelamente: “E irão eles para o castigo eterno, mas os justos [isto é, os que não se omitiram] para a vida eterna”.
Uma das tremendas singularidades dos evangelhos, portanto, está na sua insistência e na sua consistência em sugerir que todos os pecados são sociais – ou melhor dizendo, todos os pecados dizem respeito às relações interpessoais.
Esta realidade está encapsulada nos dois mandamentos que Jesus reconheceu como estando acima de todos os outros, as injunções de amar a Deus (sobre todas as coisas) e amar ao próximo (como nós mesmos). Se são esses os grandes mandamentos, são essas também as grandes transgressões. Pecar não é avançar contra o que é proibido, é mostrar-se em falta com as pessoas.
É por isso, naturalmente, que arrepender-se é abraçar a inclusividade e a misericórdia; porque fazer isso é deixar, finalmente, de pecar contra Deus e contra o próximo. É evidentemente isso o que Pedro está dizendo com este “salvai-vos desta geração perversa” – isto é, desassociem-se por completo do modo exclusivo/egoísta de viver e de pensar das pessoas deste mundo. E que Pedro cria que a alternativa à perversidade do mundo são a inclusividade e a generosidade (e não, digamos, o ascetismo e a religiosidade), ficará muito claro no que acontecerá depois.

Evangelho Não em Palavras, Mas em Poder

"Porque o nosso evangelho não chegou até vós tão somente em palavra, mas sobretudo em poder, no Espírito Santo e em plena convicção, assim como sabeis ter sido o nosso procedimento entre vós, e por amor de vós" 1 Ts. 1:5
Muito feliz é o pastor que pode dirigir ao seu povo estas palavras. Ó! que todos os nossos pastores pudessem, verdadeiramente, dizer isto. Porque não é assim? Certamente se fossemos determinados, como Paulo, a "nada saber entre vós, senão a Jesus Cristo, e este crucificado", se fôssemos cheios do mesmo Santo Espírito, se vivêssemos a mesma vida devota e levássemos a mesma mensagem noite e dia, com lágrimas, deveríamos ser capazes de usar estas preciosas palavras. "Aquele que sai chorando, levando a semente para semear, voltará com cânticos de júbilo, trazendo consigo os seus molhos".


O dia de Pentecostes foi a época dos primeiros frutos. O dia da colheita está por vir. Os apóstolos tiveram a primeira chuva. Nós esperamos pelo tempo das últimas chuvas.


1) Meditemos sobre um ministério mal sucedido.

O evangelho chega ao povo só em palavras.
Quão freqüentemente um pastor fiel prega o evangelho e o povo parece bebê-lo com alegria! Uma áurea de eloqüência natural ilumina tudo o que ele diz ou ele tem um estilo emocionado e brando que prende a atenção deles, mas nenhum efeito salvífico parece segui-lo. Corações não são quebrantados e nenhuma alma adicionada à Igreja. Assim foi com Ezequiel "Eis que tu és para eles como quem canta canções de amor, que tem voz suave e tange bem; porque ouvem as tuas palavras, mas não as põem por obra" (Ez. 33:32). Estes são aqueles que recebem a palavra em solo pedregoso; eles ouvem a palavra e sem demora, com alegria, a recebem, mas não tem raiz em si mesmos e ela perdura somente por pouco tempo.


Ó minha alma! tu estás contente em receber o evangelho somente em palavra? Pode um faminto ser alimentado somente com o aroma do alimento? Ou pode um mendigo tornar-se rico somente ouvindo o tilintar do dinheiro? E pode a minha alma faminta encontrar descanso pelo ouvir dos címbalos do evangelho? É temeroso cair no inferno sob o som da misericórdia do evangelho.

Mas há alguns que não somente ouvem o evangelho, mas conhecem o evangelho; e ainda assim ele chega a eles somente em palavras. Quantas crianças crescem sujeitas a pais piedosos, bem catequizadas nas verdades divinas, bem disciplinadas na Bíblia, tendo compreensão do evangelho e possuidoras de todo conhecimento; nenhum ponto é novo para elas. E mesmo assim, não têm visão espiritual; não provam nem vêem que Cristo é bom; não há pedra embaixo de seus pés. Ah! estes são os mais miseráveis de todos os ouvintes inconversos. Eles afundarão mais baixo do que Cafarnaum. Ah! quantos filhos de pastores, quantos professores de escola dominical, quantos pregadores do evangelho podem saber, que o evangelho os alcança somente em palavras e nunca em poder. Quão triste é perecer apontando para a cidade de refúgio; pregar a outros para então ser rejeitado.

Mas há um caminho mais excelente. Voltemo-nos para meditar nele:


2) Um ministério bem sucedido: "nosso evangelho chegou ate vocês em poder".

Que coisa ineficaz o evangelho parece algumas vezes. O pastor é meio envergonhado dele. O povo dorme ante suas mais impactantes afirmações. Porém, em outras vezes, o evangelho é evidentemente, "o poder de Deus para a salvação". Um poder invisível acompanha a palavra pregada, e o templo parece ser a casa de Deus e o portão do céu. Então a palavra de Jeremias é cumprida: "Não é minha palavra fogo, diz o Senhor, o martelo que esmiuça a penha?" (Jr.23:29). Então pecadores resistentes são despertados. Idosos, os de meia-idade e crianças pequenas são levados a clamar: "O que devo fazer para ser salvo?" Um silêncio impressionante toma conta da assembléia. As flechas do Rei de Sião penetram no coração dos inimigos do Rei e o povo é humilhado sob Ele. Ó pecador! o evangelho chega a ti em poder? O martelo do evangelho tem quebrado teu coração de pedra? O fogo da palavra tem derretido teu coração gelado? Tem a voz que é "como o barulho de muitas águas" falado de paz para a tua alma?

"Nosso evangelho chegou até você no Espírito Santo". É Ele, a terceira pessoa da Santa Trindade, que faz com que o evangelho chegue em poder. Era Ele quem "pairava sobre a face das águas", quando este mundo estava sem forma e vazio, e trouxe vida e beleza a um mundo morto (Gn.1:2). É Ele quem se move sobre a face da natureza silenciosa, quando o inverno passa, e traz a vida fresca da primavera para fora do solo frio: “Envias o teu fôlego, e são criados; e assim renovas a face da terra” (Sl.104:30). Mas acima de tudo, é trabalho do Espírito Santo retirar a futilidade dos corações dos pecadores, de tal forma que eles se voltem para o Senhor (2 Co. 3:16). A mente carnal tem uma inimizade tal com Deus, o pecador inconverso está tão morto nos seus delitos e pecados, o homem carnal é tão ignorante das coisas divinas, que precisa haver o trabalho do Todo Poderoso Espírito, avivando, iluminando e tornando-o desejoso, antes que o pecador aceite a Jesus.

Ó pecador! O Espírito Santo veio até você? Doce é a paz que gozam aqueles ensinados por Ele. Quando é tempo de sequidão, pastores militam em vão; eles gastam suas forças por nada e em vão. Eles se sentem como que parados à beira mar, falando às pedras duras, ou às ondas violentas, ou ao indomável vento. Mas, quando o Espírito Santo vem, os mais débeis instrumentos são feitos poderosos, "poderosos em Deus, para demolição de fortalezas". Ó! Ore por tal tempo.
 
"Nosso evangelho chegou até vós, em plena convicção". Este é o efeito na alma, quando a palavra vem com poder, através da obra do Espírito Santo. A alma, assim instruída, tem uma doce convicção da verdade referente as grandes coisas reveladas no evangelho.

Quando um homem contempla o sol, ele sente uma certeza de que ele não é trabalho de homem, mas de Deus. Também quando um pecador tem seus olhos ungidos, ele vê a beleza gloriosa e a abundância de Cristo, de forma que seu coração se enche com uma confortável certeza da verdade do evangelho. Ele não pergunta por evidências. Ele vê evidência suficiente no próprio Cristo. Ele diz: eu sou todo culpado, Tu és Jeová minha justiça. Eu sou todo débil, tu és Jeová meu estandarte. Eu sou todo vaidade, em Ti habita toda a plenitude da divindade. "O meu amado é meu, e eu sou dele; ele apascenta o seu rebanho entre os lírios”. É isto que enche o peito com jubilo e paz. É isto que dá um doce senso de perdão e proximidade com Deus. É isto que nos capacita a orar. Agora podemos dizer: "Então minha alma se regozijará no Senhor; exultará na sua salvação"; "Eu sei que o meu Redentor vive"; "Quem nos separará do amor de Cristo?".

Este é o evangelho que chega em plena convicção. Ó! Feliz ministro que pode tomar estas palavras de Paulo e dizer "nosso evangelho não chegou até vós tão somente em palavra, mas sobretudo em poder, no Espírito Santo e em plena convicção, assim como sabeis ter sido o nosso procedimento entre vós, e por amor de vós".
Tua igreja é tua alegria aqui, e será tua coroa por toda a eternidade.
Autor: Robert Murray M'Cheyne