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quinta-feira, 3 de março de 2016

INVASÃO DE PRIVACIDADE



INVASÃO DE PRIVACIDADE




Invasão de privacidade


No começo é tudo tão bom como num conto de fadas... Com o tempo as coisas vão mudando. A relação vai entrando no clima de rotina e os dois não têm mais aquela motivação para manter o charme por tempo integral. As dificuldades da vida, do dia a dia, passam a fazer parte da relação.

Antes, eram somente vocês dois, agora são vocês e mais um monte de gente no mesmo espaço, na mesma relação. O sossego e a empolgação dão lugar para a carga que cada um traz de seu mundo. Família, amigos, às vezes filhos, trabalho. Além desses personagens que acabam entrando no conto, têm também os outros participantes da relação: Todos os “eus” que estavam quietinhos dentro de vocês, apenas aguardando o momento de se mostrarem. 
O eu mascarado foi o primeiro que esteve presente na relação, com um sorriso fixo, uma imagem produzida, que aos poucos, como uma maquiagem, vai perdendo o brilho no suor e nas emoções que vão substituindo aquele colorido falso.
E aquele serzinho que ficou trancado por algum tempo começa a abrir as grades do porão. Manifestando todo seu mal-humor, mostrando suas garras ferinas... Mal educado, grosseirão, modos pouco adequados. É o Ogro, lendário personagem dos contos de fadas. 

As discussões se tornam mais frequentes, os monstrinhos se soltam e se agridem. O desgaste emocional e energético vai minando a relação... Mas, o que fazer para que isto não aconteça? Pense em como você se arrumava para cada encontro no início da relação. Perfume, roupas e expectativas. Tentava ser mais positivo em suas deduções, escutava mais... 
Havia, entre ambos, mais paciência, mais vontade e menos cobrança. O espírito da esperança do eu observador se fazia presente como uma luz a iluminar cada passo. Lembre-se que o observador não julga, não condena, apenas observa! 
Veja, vocês deixaram que a fantasia fosse embora, tiraram as máscaras. Isto é bom porque é necessário se mostrar por inteiro e na nudez. Porém, esqueceram de que precisariam fortalecer o vínculo pelo amadurecimento e colocar em prática a compreensão dos limites que cada um tem e que não devem ser invadidos. 

Sim, invasão de privacidade! 

Relacionar-se com alguém não significa tomar o seu espaço! Respeitar os limites da convivência é muito saudável para manter uma relação. Como abusamos dos limites?

Falta de Confiança 
O excesso de ciúmes revela a insegurança interior e a imaturidade, por falta de confiança. Mais que confiar no parceiro é necessário confiar em si. 

Querer que o outro seja do jeito que você deseja
Cada um tem seu jeitinho especial de ser, coisas boas e outras não tão boas... Exigir que o outro mude, é colocar a responsabilidade da relação nos ombros dele, tirando sua parte de responsabilidade que lhe cabe, em aceitá-lo como ele é. 

Invadir a relação que o outro tem com a família dele, com seus amigos e colegas de trabalho
Sempre com a melhor das intenções, claro que estou sendo cínica, dar palpite no relacionamento do parceiro com sua família e amigos, muitas vezes é uma invasão. Você tem que manter sua vida independente, assim como o outro também! Nenhum relacionamento dura quando queremos ser o protagonista da vida do parceiro por 24 horas do dia... 

Criticar e Julgar 
Estamos todos no mesmo barco e de nada adianta criticar e julgar o outro o tempo todo. Erramos, tropeçamos e aprendemos com isto. Ser mais compreensivo e não colocar a autoestima do parceiro lá pra baixo pode ser um ótimo ingrediente para dar à relação um “up”!
A gente acaba deixando entrar na relação conjugal tantas outras pessoas e “eus” que ela chega a um ponto em que não dá mais para continuar... Sim, a responsabilidade é sua também, por não deixar que invadam a privacidade de vocês. Tudo começa por não invadir a privacidade de seu par. 

Quando alguém entra na sua vida, tem que pedir licença! Respeitar sua individualidade, suas outras relações com o mundo. 
Vocês não precisam esconder quem são, mas devem aprender a não invadir o espaço do companheiro. Quando isto acontece, você passa a ser como um obsessor espiritual que quer “incorporar” no outro, persuadir, comandar, dirigir sua vida. E se você tem alguém ao seu lado que mais parece um obsessor, está na hora de dar um basta. 

A invasão de privacidade é um abuso e uma violência contra a liberdade de ser que cada um de nós tem. O Livre-Arbítrio para aprender, ao nosso modo, sem interferências hostis. Sabemos que ninguém muda alguém! 
Não permitam que família, amigos, trabalho, influenciem negativamente na relação. São vocês que abrem as portas de sua intimidade, quando enfraquecem a relação pela falta de respeito com o parceiro e com a relação em si.
Quanto aos “eus” que temos dentro de nós, temos que ensinar cada um deles como se comportar. Não escondendo, mas promovendo a transformação interior.
A felicidade numa relação saudável está em preservar o direito de ir e vir de cada um. A responsabilidade que nos cabe dentro da relação, que de forma igualitária deve ser compartilhada. 

Autor Nadya Prado - nadyaprado@uol.com.br

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