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sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

CUIDADO COM AS ILUSÕES




Só sei que nada sei


Só sei que nada sei




Na chegada, para os olhos deslumbrados, tudo o que brilha é ouro. 

Tão logo passe o deslumbramento, acaba tornando-se óbvio que, por detrás das luzes do atraente parque de diversões, há uma rede de ferro, de fios e de engrenagens que, apesar de bonito nada ter, serve para criar miragens esfuziantes que cativam e inebriam os sentidos e que aprisionam e escravizam a essência do Ser, que deixa de ser quando adentra o azul planeta jaula! 


Assim, o grande dilema é se a entrada nessa dimensão tenha sido mesmo uma dádiva. Mais provável é que a saída o possa ser. Enquanto isso, presos e acorrentados à roda dos renascimentos qual suplício de Tântalo, só nos resta adaptar-nos a viver no labirinto do planeta azul. Planeta com seu próprio tempo geológico, em nada semelhante ao nosso tempo humano. 

Planeta que um dia deve ter sido uma massa de fogo girando no espaço e que tem em seu interior um coração de ferro liquefeito. Planeta que não possuía oxigênio no ar e cuja superfície era apenas de lava e cinzas. 
Planeta que aparentemente teve a água trazida através da chuva cósmica de cometas de gelo que acabaram formando os oceanos e liberando oxigênio na atmosfera, quando então a vida, como a conhecemos, teria se tornado possível. 

Para tentar explicar a origem da vida, os cientistas teorizam uma evolução pela qual a partir de alguns elementos químicos, se teriam formado compostos orgânicos e estes, por sua vez, teriam originado material genético. 
Aparecimento de seres unicelulares formando organismos pluricelulares sempre mais complexos, evoluindo de anfíbios para répteis, depois para aves e finalmente mamíferos. 
Organismos pluricelulares que originaram os peixes e estes, apesar de bem adaptados respirando o oxigênio da água, resolveram buscar o oxigênio do ar, trocando suas nadadeiras por membros superiores e inferiores, transformando-se assim em enormes dinossauros que teriam sido mais tarde seletivamente destruídos por uma chuva de meteoros! Dinossauros que supostamente foram ancestrais das primeiras aves e das galinhas! 

Nessa cadeia darwiniana, não deixa de ser impressionante a perfeita aparição de machos e fêmeas, para cada uma das espécies. Tudo é tão incrível quanto a passagem bíblica da Arca de Noé, com todas as duplas de animais, machos e fêmeas, das várias espécies, convivendo em harmonia. 

E dizer que o homem busca de todas as formas achar elos perdidos para tentar dar credibilidade a esse suposto aparecimento da vida na Terra. Como se alguns milhões de anos entre as transformações evolutivas de uma espécie para outra fossem suficientes para justificá-las. 
Jogam-se milhões de anos sobre um primata australopiteco e tira-se da cartola um “homo sapiens” que compartilha 99% do seu material genético com o do camundongo, mas nem por isso é um camundongo sem a cauda. 

E pensar que alguns cientistas passam vidas inteiras estudando as origens dos tetrápodes para chegar a essas mirabolantes teorias. Teorias baseadas em alguns restos de ossos achados aqui e acolá e no método da datação por um radioisótopo, em geral o carbono 14, cuja validade depende de hipóteses sobre a intensidade da radiação cósmica no passado. 
Ou seja, o fato de tal método dar resultados consistentes não implica em que sejam verdadeiros. Esses acadêmicos, com seu complexo de querer explicar tudo, de tanto repetirem as suas teorias, passam a incorporá-las com ares de quem esbanja uma sabedoria quase advinda de quem assistiu a tudo em pessoa. Fossem capazes de repetir a façanha evoluindo um tubarão branco em gato angorá, negar-lhes crédito então seria impossível.

Ademais, há que não se esquecer do dilema da causalidade a respeito do que veio antes, se o ovo ou a galinha. Dilema que muda de foco se ousarmos imaginar que galos e galinhas aportaram juntos por aqui, trazidos de algum Planeta X, certamente não pela arca, mas quiçá, pela espaçonave de Noé! 

Ora, como saber o que realmente aconteceu há cerca de três a quatro bilhões de anos, se o homem, depois de passados alguns dias ou até apenas algumas horas, já nem lembra bem do que fez no seu cotidiano? 
Nem quando há testemunhas de determinado acontecimento estão todas de acordo em seus relatos, pois cada uma teve seu próprio e particular ângulo de visão e sua própria interpretação, de acordo com sua índole e formação. 
Então, como é possível saber o que aconteceu há milhares de milhões de anos? Portanto, não é de se estranhar que não haja consenso entre os cientistas a respeito da origem da vida na Terra. 

Tampouco sabemos como realmente nasceu a Terra, que se encontra agora em sua infância e que tem mais alguns bilhões de anos ainda para viver, até ser engolfada pelo Sol, junto com Mercúrio e Vênus. 
Mas sabemos que é nesse estranho útero da mãe Terra, fecundada pelo pai Sol, que nos desenvolvemos, crescemos, amadurecemos, fenecemos e apodrecemos, retornando ao Sol e à Terra tudo o que nos emprestaram para cumprirmos nossa sina. 
E como toda mãe, também a mãe Terra, com sua própria inimaginável vontade, dificilmente ela se desapega dos seus filhos ou deixa-os livres. 
Mantém-nos presos e seduzidos e só com muito esforço alguém poderá seguir viagem rumo à liberdade, despedindo-se com muito Amor desta Terra que, querendo ou não, conscientemente ou não, nos acalenta e também nos faz sofrer. 

Texto extraído do livro "O Labirinto Azul", do Dr. Renato Mayol 


Sobre o Autor:

Renato Mayol
  
Renato Mayol é médico com pós-graduação pela Universidade de Pensilvânia nos Estados Unidos, pelo Instituto de Pesquisa Chester Beatty na Inglaterra e pelo Instituto de Cancerologia de Villejuif, na França e há mais de 25 anos atua em pesquisas clínicas em diversas áreas.
Tão importante quanto o interesse pela pesquisa médica, o interesse pelo autoconhecimento levou-o a receber instrução da Antiga e Mística Ordem Rosacruz (AMORC) e da Ordem Martinista.
Foi iniciado em Meditação Transcendental e em Meditação Kriya Yoga.
Participou de rituais com plantas “mestras” ou enteógenos. Também frequentou a Associação Pró-Vida, fundada pelo filósofo e médico Dr. Celso Charuri e participou de seminários do físico e escritor Patrick Drouot, sendo que de ambos teve o privilégio de compartilhar a amizade. É autor dos livros “Câncer – Corpo e Alma”, “Meditação – A Chave para a Nova Era”, “O Labirinto Azul” (Reflexões sobre o nascer, a vida e... o depois) e "Câncer, Medicina e Milagres".
 
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