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sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

JOSÉ DO EGITO: OS BASTIDORES


Bastidores de "José do Egito"

Calor de 40 graus e 400 perucas

Calor de 40 graus e 400 perucas


Barba de pelo de lhama, 40ºC, R$ 24 milhões: os bastidores de “José do Egito”

Reportagem do iG Gente acompanhou a gravação da série, que em menos de um mês, já alavancou a audiência do horário na Record

Luisa Girão, iG Rio de Janeiro |


VEJA SELEÇÃO DE 39 FOTOS EM



Conflitos familiares, fotografia de cinema e um elenco que se entregou ao desafio. Esta é a fórmula do sucesso da série “José do Egito”, exibida às quartas-feiras na Record. Com menos de um mês no ar, o produto já é considerado um sucesso da casa: alavancou a audiência do horário no canal, recebeu elogios do público e da crítica e estreou com todas as cotas de patrocínio vendidas.
Segundo Alexandre Avancini, diretor geral da série, este é o projeto mais grandioso da sua carreira. “Estou muito feliz com o resultado. Nunca antes foi visto algo na TV aberta que tenha tamanha proximidade com o cinema. Nós estamos usando as câmeras Arri Alexa que fazem toda a diferença. Estamos com um material que é mais do que HD. São câmeras e lentes de cinema, que dão outra textura para a imagem, algo tridimensional”, explicou ele, que se inspirou no filme “Gladiador” e em séries como “Game of Thrones” e “Downtown Abbey” para criar a atmosfera de José.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
Escrita por Vivian de Oliveira, a minissérie teve um investimento total de R$ 24 milhões na produção, portanto cada um dos 28 capítulos teve um custo médio de R$ 850 mil. A Record construiu duas cidades cenográficas nas instalações da emissora em Vargem Grande, no Rio de Janeiro, que exigiram um investimento de R$ 7 milhões de reais. Uma representa o acampamento de Jacó, que tem 3,9 mil m² e 25 tendas, e outra remete à cidade de Avaris, a capital do Egito na época, construída em uma área de 5,5 mil m². A minissérie ainda contou com locações fora do país, no deserto do Atacama, no Chile, em Israel e no Egito.
 
A reportagem do iG Gente acompanhou gravações de cenas do 19º capítulo da trama, no acampamento de Jacó, onde acontecia a celebração do casamento dos personagens de Diná ( Samara Felippo) e Gibar ( Caetano O’Maihlan). Na cena, dirigida por Hamsa Wood, estavam presentes mais de 100 pessoas – entre elenco, equipe e 77 figurantes. O desafio era otimizar o tempo já que a temperatura atingia mais de 40ºC com sensação térmica de 50ºC na locação.

“Tento preservar ao máximo o elenco, fazendo pausas para eles se hidratarem, evitar ao máximo que eles fiquem no sol e criar uma logística de produção que permitam fazer a cena uma vez só”, diz Hamsa, acrescentando: “Em uma gravação na cidade cenográfica de Avaris, com 600 pessoas, 45 passaram mal. Em janeiro, sofremos com as chuvas excessivas que destruíram cenários e impediram gravações. Agora, é o calor excessivo. Estamos correndo contra o tempo”.




Calor desértico

Devido ao figurino pesado e os apliques de cabelo (barba e megahair) o calor se torna maior. “Quando estávamos gravando no Atacama parecia ser mais fresco do que aqui”, brinca Carla Cabral. Vitor Hugo completa: “Para mim é uma dificuldade válida porque os 15 minutos que ficamos no sol não se comparam ao que eles viviam naquela época. Isso te dá força para superar o calor e respeitar a vida que esses caras tinham”.

Camila Rodrigues, que interpreta Tamar, já tem até um truque. “Eu sempre ando com um kit com água termal, protetor para o rosto e para o corpo, desodorante e biscoitinhos doces e salgados, para o caso da pressão baixar”.

Caio Junqueira está totalmente satisfeito com o projeto, mas confessa que quer que as gravações acabem para poder tirar o megahair e a barba falsa. “É legal a caracterização para entrar no personagem, mas dá muito trabalho. Passo um produto importado para hidratar os fios e uso uma escova especial, com arames, por causa do megahair. Quem diria que eu ia dar dicas de cuidados do cabelo?”, diverte-se o ator.




Grávida no set

Interpretando Diná, única irmã de José, Samara Felippo faz a sua estreia na dramaturgia da Record. Grávida de cinco meses, a atriz conta que está recebendo todo o apoio da equipe e está sendo bastante paparicada. “Eles estão tendo muito cuidado comigo. Sempre fico na sombrinha, me levam uma frutinha, me dão água, botam água no pulso para não baixar a pressão. A Andréa Avancini virou quase uma mãe”, diverte-se ela, que no dia desta reportagem sofreu um pouco com enjoos.
Como sua personagem não está grávida, alguns truques estão sendo utilizados. “O figurino ajuda, pois como tem muito pano e minha barriga ainda está pequena, disfarça. Além disso, colocamos o cinto um pouco mais em cima, para dar fluidez”, diz ela, acrescentando: “Mas daqui a pouco não vai ter mais truque para disfarçar. Vamos correr com as minhas cenas, para tentar acabar o mais rápido possível”.




O tempo passa

A caracterização dos personagens da série foi comandada por Vavá Torres. Como há uma passagem de tempo de 60 anos, o profissional usou técnicas de Hollywood para dar efeito de envelhecimento nos atores. Para os hebreus, do acampamento de Jacó, ele adiciona pelos grisalhos às barbas e cabelos – que foram feitos com crepe e pelos de lhama e javali – e pequenas bolsas de silicone foram implantadas abaixo dos olhos.
Já para os personagens do Egito é uma caracterização mais complicada, já que os atores não tem pelos. Por isso, foram criadas quatro próteses de silicone para os sete atores que envelhecem em Ataris. “Conheci esse material em uma feira nos Estados Unidos. É quase uma gelatina, com a diferença que ela mantém a expressão dos atores”, explica Vavá.
Com essa tecnologia, inédita no Brasil, foi diminuída o tempo para a caracterização em relação às máscaras. O tempo médio para as caracterizações de envelhecimento é de 2 horas e meia.




A história de “José do Egito”

A série conta a saga de José, homem íntegro e filho favorito de Jacó, que após ser vendido como escravo pelos irmãos é levado para o Egito, onde é injustiçado, caluniado, preso e humilhado.
No entanto, José recebe o dom de interpretar sonhos. E é assim, prevendo fartura e fome para o Egito, através dos sonhos que atormentam o Faraó, que José se transforma no governador de toda aquela nação. Mais tarde, quando o mundo não tem o que comer, é José quem alimenta os irmãos que tanto o odiaram no passado.




Confira abaixo outras curiosidades e números de “José do Egito”:

- O elenco participou de um workshop com o preparador Sérgio Penna. Durante uma noite, ele proporcionou uma noite em 1700 a.C, ou seja, o elenco acampou na cidade cenográfica de Harã e tiveram de se virar sem nenhum tipo de eletricidade. As mulheres tiveram que fazer a massa do pão para comer e os homens aprenderam como se acende uma fogueira. “Isso nos fez ficar mais próximos”, afirmou Rick Tavares, que interpreta José jovem.

- Grande parte dos 49 atores da minissérie participou das gravações no deserto de Atacama, onde ficaram por quase 20 dias. Da equipe foram 40 profissionais e a Record ainda contou com o apoio de mais 45 profissionais chilenos e uma média de 50 figurantes por dia. Tempestades de areia, altitude de quase cinco mil metros acima do nível do mar, calor de 45 graus e frio abaixo de zero no mesmo dia foram algumas das adversidades que a equipe passou no local.

- Foram confeccionadas mais de 400 perucas para atender ao elenco do núcleo egípcio: 12 para Bianca Rinaldi, oito para Larissa Maciel e oito para Maytê Piragibe. Para o núcleo hebreu, foram feitas 180 perucas.

- O figurino, chefiado por Carol Li, utiliza mais de quatro mil peças, entre roupas e acessórios (incluindo os da figuração). Foram gastos 10.237 metros de tecido ao custo de R$ 370 mil.
- A figurinista Carol Li reconhece que usou muita licença poética e que nem tudo é uma reprodução fiel. “Na época não tinha tanta cor, eles usavam roupas rústicas e em tons pastéis. Mas, como estamos fazendo uma produção para TV, não podemos deixar que os atores usem sacos de batatas”, diverte-se ela.

- Já foram utilizadas cerca de uma tonelada de comida de cena, para representar os banquetes e farturas da época do Egito rico.

- Como os animais eram muito importantes na época, em cada gravação na cidade cenográfica usam-se cerca de 20 animais, como avestruz, águia, cobra, cabra, burro, lagarto e gatos.



FONTE: IG GENTE

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